Filho de um barbeiro e de uma costureira que não conseguiam ganhar o suficiente para sair do ambiente de pobreza em que viviam, Alphonse Gabriel Capone começou a pertencer a quadrilhas de delinquentes juvenis ainda em criança. Aos 14 anos, foi expulso da escola por agredir uma professora. A partir daí, nunca mais parou. Durante a Lei Seca, que vigorou nos EUA nas décadas de 1920 e 1930, liderou um grupo criminoso.
Considerado o maior gângster da história americana, dedicou-se ao contrabando e ao negócio da venda de bebidas alcoólicas, mas não se ficou por aí. Além de controlar informadores, casas de jogo, bordéis e bancas de apostas em corridas de cavalos, Al Capone, como era conhecido, também dominava clubes noturnos, destilarias e cervejarias. Na época de maior atividade, chegou a faturar 100 milhões de dólares por ano.
Uma nova biografia de Alphonse Gabriel Capone, "Al Capone", assinada pela escritora Deirdre Brai, a biógrafa de Samuel Beckett que entrevistou alguns dos seus familiares ainda vivos, acaba no entanto de trazer a lume uma série de revelações impressionantes. O gângster mais perigoso e temido era, afinal, um pai extremoso e um marido exemplar que, quando esteva preso, escrevia cartas apaixonadas à mulher.
Na obra, as netas garantem que viveram sempre "num ambiente estruturado e cheio de amor", apesar do avô passar a maior parte do tempo refugiado no Hawthorne de Cicero, nos subúrbios de Chicago, uma unidade hoteleira que era exclusivamente ocupada por membros do Chicago Outfit, a organização mafiosa, que ainda hoje existe, que Al Capone criou. Foi nesse hotel que se realizam muitas das orgias com prostitutas que o gângster gostava de frequentar e onde terá contraído sífilis e tuberculose, as doenças que o mataram aos 47 anos.
Um dos primeiros prisioneiros a estrear a mítica e reputada prisão de Alcatraz em 1934, onde cumpriu uma pena de cadeia de 11 anos, o mafioso americano foi um homem sem escrúpulos, frio e violento que não olhava a meios para acabar com os inimigos. Um dos seus maiores amigos, o empresário Joe Glaser, trabalhou com o cantor, compositor e trompetista Louis Armstrong, com quem Al Capone também se relacionou.
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