Todos nós somos julgados com base na nossa aparência. É algo inevitável na sociedade em que vivemos. E como se costuma dizer, a primeira impressão – por muito errada que seja – é a que fica podendo ser bastante decisiva na imagem que terceiros têm sobre nós. Foi com isto em mente que Horia Manolache decidiu dar início a um projeto fotográfico intitulado “The Prince and the Pauper”. O seu objetivo? Após conhecer as suas histórias de vida e sonhos, captar imagens de sem-abrigo como são atualmente e como seriam caso os seus sonhos se tivessem realizado.
“Vejo as pessoas para além das suas roupas. E de alguma forma relaciono este projeto comigo e com aquilo que costumo sentir sempre que as pessoas me julgam de forma errada”, começa por explicar o fotógrafo ao SAPO Lifestyle.
Com a ajuda de um amigo que vivia na rua, Horia começou a abordar pessoas sem-abrigo para colaborarem no seu projeto fotográfico. Dos diversos retratos e casos pessoais com que teve a oportunidade de contactar, o fotógrafo refere que houve um que lhe tocou de forma especial.
“Fiquei impressionado com a história da Tammy, a mulher que queria ser modelo. Ela teve uma vida muito dura, os filhos foram molestados pelo seu primeiro marido, foi raptada, os pais morreram quando era nova, o dinheiro que deveria ter herdado foi-lhe roubado pela avó. Ela teve que lidar com muitas infelicidades”, refere.
Este trabalho fotográfico, que esteve em exposição num hotel em São Francisco, recebeu muitas críticas positivas do público e valeu a Horia uma nomeação para o “PDN’s 30 2016: New and Emerging Photographers to Watch”.
Atualmente está a realizar uma campanha de angariação de fundos para poder transformar este projeto num livro que já tem título escolhido: “The Prince and the Pauper”. Com ele pretende mudar mentalidades sobre os sem-abrigo e não os tratar como marginalizados da sociedade.
“Temos sempre tendência em acreditar que estas pessoas estão a viver na rua por culpa deles ou porque são preguiçosos ou porque não tomam as decisões certas. Neste projeto existem diversos casos de pessoas que são procuradas por não pagarem contas médicas ou fumarem marijuana. Eu acredito que a vida de uma pessoa não devia ser definida por erros como estes”, refere o autor do projeto. “Eu acredito que os sem-abrigo fazem parte de um grande problema da nossa sociedade e que devíamos encontrar formas de os reintegrar. E por aquilo que eu aprendi com este projeto são particularmente os mais jovens que procuram formas de voltar a viver em sociedade”, remata.
Veja os retratos captados pela lente de Horia e conheça melhor estas histórias de vida.
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