“Portugal é o 26.º destino mais atrativo para trabalhadores estrangeiros. Esta posição representa uma subida de quatro posições no ‘ranking’ relativamente a 2018”, lê-se num comunicado conjunto do BCG, The Network, que participou no desenvolvimento do estudo, e Alerta Emprego.
A liderar esta avaliação está o Canadá, ultrapassando os EUA, que até aqui eram o destino mais atrativo.
No entanto, segundo o estudo, a pandemia de covid-19 teve um “impacto significativo” no que se refere ao interesse em trabalhar no estrangeiro, sendo que a preferência recai sobre os países com melhores resultados na contenção do novo coronavírus.
Por outro lado, conforme apontou, citado no mesmo documento, o ‘managing diretor e sénior partner’ do BCG, Rainer Strack, “com o aumento do trabalho remoto, muitos consideram que podem trabalhar de forma virtual, sem que haja necessidade de emigrar”.
Neste sentido, quase todos os países que registaram subidas no top 10 da avaliação tiveram sucesso em conter a pandemia, como a Austrália (3.ª posição) e o Japão (6.ª posição).
Singapura e Nova Zelândia, que também foram elogiados pela resposta à covid-19, surgem, pela primeira vez, no top 10.
No sentido inverso, países como Alemanha e França recuaram dois lugares, enquanto Itália e Espanha deixaram de estar entre os 10 principais destinos.
Já ao nível das cidades, a tendência é semelhante, com Nova Iorque, Barcelona, Roma ou Madrid a serem “agora consideradas muito menos atrativas do que em 2018”.
Porém, Tóquio e Singapura são mais atrativas, à semelhança de Dubai e Abu Dhabi.
Lisboa, por sua vez, subiu 12 posições, passando do 40.º lugar para o 28.º.
Em Portugal, quase metade (48%) dos inquiridos estão dispostos a trabalhar fora do país, enquanto, a nível mundial, esta percentagem ascende a 50%, abaixo dos valores registados em 2018, nomeadamente, 58% no caso de Portugal e 57% a nível mundial.
Apesar da menor recetividade para mudar de país, 70% dos portugueses responderam estar dispostos a trabalhar a partir do seu país, mas para um empregador estrangeiro, acima da média mundial que se fixou em 57%.
Por setor, a nível mundial, cerca de 71% dos inquiridos com ‘background’ de digital ou ‘analytics’ e 67% com experiência em tecnologias de informação responderam que estariam dispostos a trabalhar para uma empresa sem presença física no país.
Ao nível das habilitações literárias, entre os inquiridos com grau de mestrado ou superior a percentagem de respostas neste sentido situou-se em 62%.
“Este estudo vem reforçar a visão de que Portugal pode procurar posicionar-se como um destino preferencial de empresas e trabalhadores, sobretudo, num contexto de crescente digitalização e novas formas de trabalho”, apontou, em comunicado, o ‘managing director e sénior partner’ do escritório da BCG em Lisboa, Miguel Abecasis.
Para este responsável, Portugal tem “características que são difíceis de replicar e que deve alavancar”, como “a boa qualidade do sistema educativo, o clima ameno, a segurança, a cultura amigável, a gastronomia ou o nível de inglês de boa parte da população”.
No total, para a realização deste estudo foram inquiridas 209.000 pessoas em 190 países.
Em Portugal, a amostra foi constituída por 1.213 participantes, 55% dos quais do sexo feminino e 44% do sexo masculino.
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