Muitas das vezes, a melhor tecnologia é mesmo aquela que a natureza nos dá. A madeira voltou, nos últimos anos, em vários países, a ser a base de trabalho para um número crescente de arquitetos e de engenheiros civis, pela sua robustez, pela sua longevidade, pela capacidade de resistência às intempéries e às catástrofes naturais (curiosamente, resiste melhor aos incêndios do que o aço) e à eficiência térmica. De facto, é uma matéria-prima inigualável em termos de poupança energética.

Não é só por motivos estéticos e de integração na paisagem que na Islândia, na Suécia, na Noruega e na Finlândia muitas habitações são feitas deste material. O arquiteto Luís Morgado disse, em entrevista ao jornal Expresso, que "se tivéssemos um clima frio, como o dos países do norte da Europa, de certeza que tirávamos partido do potencial isolante da madeira". Em Portugal, as casas de madeira ainda estão longe de ser predominantes mas têm, contudo, havido avanços consideráveis a este nível.

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As empresas estão atentas a esta nova oportunidade de negócio. Em termos de infraestruturas, destacam-se os projetos nacionais da Mima Housing, da Modular System e da Jular. Nas caixilharias, a Maciça e a Schuss também têm surpreendido o mercado, tal como a Fenesteves e a Silvas nos interiores. Não faltam, por isso, hoje, opções para ajudar a economizar energia em casa e a aproveitá-la de forma mais eficaz. Investir num telhado com painéis solares para moradias particulares e até para prédios urbanos ou incentivar os condomínios a adquirir algumas células para os prédios de habitação traz retorno a médio e longo prazo.

O site Contas Poupança informa que pode acontecer em menos de oito anos, com o decréscimo dos preços da tecnologia. Independentemente do prazo, uma coisa é certa. Se trabalhar a partir de casa, compensa. Dependendo do seu consumo doméstico e do seu fornecedor de energia, a poupança pode rondar os seis euros por mês. A plataforma online Energy Sage revela que, ao fim de 20 anos, nos EUA, a energia solar permite aforrar entre 10.000 a 30.000 mil dólares, entre 8.500 e 25.500 euros.

Quanto à eficiência energética, essa aumenta logo com a maior libertação da rede elétrica e, se fizer uma manutenção atenta do telhado, pois esta é das zonas mais vulneráveis ao desperdício de energia, tenha seguramente ganhos acrescidos. Além disso, também deixa de contribuir tanto para as emissões de dióxido de carbono associadas à produção de energia, o que contribui para a sustentabilidade ambiental. Também aqui são várias as opções a considerar, como é o caso das telhas solares da Solesia.

Esta solução de revestimento recorre também às telhas de cerâmica tradicionais, possibilitando um compromisso entre o benefício energético e a estética. Sunstyle é outro dos nomes a reter. Esta empresa suíça conseguiu integrar a tecnologia dos painéis solares nas telhas e disponibiliza-as em duas cores, em terracota e em cinzento ardósia. Embora as telhas tenham um formato quadrado, a maneira como as dispõem produz um resultado harmonioso. Outra opção tem o dedo da Tesla Solar Roof.

Esta alternativa não impacta o estilo arquitetónico da casa porque as telhas solares parecem iguais às normais. Existem quatro acabamentos. Texturizado, suave, tipo xisto e toscano. Para o funcionamento normal da casa não ser interrompido caso a rede elétrica tenha falhas, é instalada uma bateria, chamada Powerwall, que armazena energia. O recurso a inovadores dispositivos tecnológicos tem sido uma tendência internacional a vários níveis e a habitação humana não tem sido uma exceção.

Os ganhos líquidos que também pode conseguir

Há aparelhos que se podem acoplar às torneiras e aos chuveiros para reduzir o consumo de água. São os chamados redutores de caudal. Uma tecnologia simples e barata de adotar que dá dividendos. O utilizador não sente diferença, seja a tomar banho seja a cozinhar mas a verdade é que, segundo os entendidos, poupa cerca de 50% de água praticamente de um dia para o outro. Como? De acordo com o site Ecocidade, "é injetado ar na água, aumentado o volume e reduzindo o fluxo de água".

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E se, além de adotar estes dispositivos, reduzir a temperatura da água para 45º C, no esquentador ou na caldeira, a carteira agradece ainda mais e o ambiente também. Nos últimos anos, não têm faltado gadgets ambientalistas, como muitos lhes chamam. Dispositivos que nos ajudam a minorar a nossa pegada ecológica, como é o caso do termostato Nest E da Google, que permite reduzir até 60% dos gastos domésticos em energia, pois identifica e memoriza a temperatura de que os residentes gostam e baixando-a quando não estão em casa. Este aparelho consegue perceber se há uma corrente de ar e adequa, depois, o seu funcionamento.

Pode ser ativado e controlado remotamente através de uma aplicação móvel e de comandos de voz. O preço ronda os 225 euros. O candeeiro de mesa Hue Beyond da Philips, que custa 139 euros, não é apenas uma peça decorativa. É também um dispositivo inteligente. Pode ser controlado através de voz e/ou remotamente, pode ser programado para acender e apagar em determinadas alturas do dia e ainda permite aumentar ou reduzir a intensidade da luz, adequando o consumo.

O ​Pure Hot & Cool da Dyson não é barato. O preço ronda os 649 euros. Este eletrodoméstico de luxo exige um investimento avultado, há que reconhecê-lo, mas que quem o tem diz que reduziu substancialmente os consumos energéticos da casa, garantindo que é uma opção que, a médio prazo, compensa. Este dispositivo tecnológico permite purificar o ar e aquecer ou arrefecer rapidamente o ambiente. Para além disso, deteta gases poluentes e envia relatórios para a aplicação que o gere.

Com a crescente eletrificação do parque automóvel e as dificuldades de carregamento dos veículos, a Mitsubishi desenvolveu também, nos últimos anos, uma solução integrada que permite partilhar energia entre os carros e as habitações. Chama-se Dendo Drive House e inclui painéis solares, uma bateria doméstica e um carregador bidirecional. A energia tanto pode ser transferida da casa para o automóvel como deste para a vivenda, consoante as necessidades efetivas dos residentes.