O estudo, publicado na revista científica Bioscience, indica que esta subida dos níveis do mar afetará assim “27 dos 33 países costeiros africanos”, indica, em comunicado, o centro da Universidade do Porto
Os investigadores José Carlos Brito e Marisa Naia do CIBIO-InBIO advertem para a necessidade de adotar medidas “imediatas” para mitigar os efeitos da subida do nível do mar, uma das consequências das alterações climáticas resultante do degelo das calotes polares e da expansão térmica oceânica.
Apesar de a maioria das áreas protegidas afetadas se situar no Sul e Norte de África, os autores do estudo, citados no comunicado, advertem que "50% das 15 áreas protegidas mais importantes localizam-se na áfrica ocidental”.
“Em 14 destas áreas protegidas, mais de 50% da área será potencialmente inundada", referem.
Em quatro das áreas protegidas, as inundações podem atingir os 90%, avisam.
O estudo indica também que algumas das áreas protegidas prioritárias em termos de atuação ficam em países em desenvolvimento, com “escassos recursos alocados à conservação da natureza e deficiências em recursos humanos especializados para fazer face aos impactos da subida do nível do mar”, dando como exemplo a Guiné-Bissau e a Mauritânia.
“Estes países devem ser alvo de atenção global, nomeadamente financeira e técnica, para se poderem implementar medidas de gestão eficazes. A ausência de tomada de medidas de gestão conduzirá potencialmente à perda irreparável de ecossistemas, fauna e flora únicos”, asseguram os investigadores.
Tais resultados devem, no entanto, ser entendidos como “o melhor cenário possível”, acrescentam.
Ainda que as estimativas recentes apontem para um aumento de 243 centímetros do nível do mar até 2100, os investigadores alertam que, em algumas regiões, esse valor poderá ser "superior", dada a velocidade de degelo das calotes polares.
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