Em causa está um vasto ecossistema, que inclui água potável para 40 milhões de pessoas, o modo de vida de pescadores e agricultores e a navegabilidade de uma das principais vias de exportação de grãos sul-americanos.
O Instituto Nacional da Água da Argentina definiu o baixo nível de água do rio, que passa por Brasil, Paraguai e Argentina, como “o pior desde 1944”.
“Este ativo natural está claramente a dar-nos sinal de que não é infinito”, disse o ambientalista Jorge Bartoli, coordenador da organização “Não se Mexe no Paraná”.
O baixo nível do rio resulta de uma seca recorde no Brasil, onde o curso de água começa.
As regiões brasileiras do centro-oeste e sul estão a sofrer uma forte crise de água. Os reservatórios de água, incluindo a gigante barragem de Itaipu, estão em níveis mínimos de 91 anos, e as autoridades brasileiras emitiram alertas de emergência para cinco Estados: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.
Os reduzidos níveis de água são parte do ciclo natural, mas os especialistas estão a avisar que o cenário está mais extremo devido às alterações climáticas.
Os ambientalistas salientam também que a desflorestação está a agravar o problema.
O rio Paraná e os seus aquíferos fornecem água fresca a cerca de 40 milhões de pessoas nos países por onde passa.
Por outro lado, recebe água do rio Paraguai, que está entre os principais da área do Pantanal, um imenso pântano no Mato Grosso, no sul do Brasil.
A seca no rio está a ter impacto no transporte de mercadorias.
O presidente do porto da cidade de Rosário, Guillermo Miguel, disse que as embarcações tiveram de reduzir a sua carga em cerca de 20% para poderem continuar a navegar, o que também está a aumentar o custo do transporte.
Em 2019, segundo dados da bolsa de Rosário, foram exportados por este porto 70 milhões de toneladas de grãos, farinha e óleos, o que o tornou um dos maiores centros de exportação de produtos agrícolas do mundo.
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