No encerramento do debate de urgência, agendado pelo BE, sobre "Justiça climática e saída para as crises", precisamente no Dia Mundial do Ambiente, o ministro João Pedro Matos Fernandes referiu que a estratégia do Governo "está em linha com as prioridades que a Comissão Europeia identificou", sendo "este o momento de transformar a crise em mudança e de preparar em Portugal um choque de investimentos públicos sustentáveis, que permitam dinamizar a economia de imediato".
"O pacote financeiro europeu destinado a mitigar os efeitos da crise está alinhado com o Pacto Ecológico Europeu e com o objetivo de neutralidade carbónica. Disponibilizados fundos para esse efeito, anteciparemos os investimentos que tínhamos previsto, tornando o ambiente um importante motor para a recuperação económica e a criação de emprego", antecipou.
O encerramento do debate por parte do BE - que anunciou hoje o anteprojeto para a Lei de Bases do Clima - ficou a cargo do líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, o qual avisou que a Europa e Portugal entram "agora num debate chave para responder à crise climática".
"Como é que nós recuperamos a capacidade produtiva, centros estratégicos, como é que pensamos a economia com circuitos de consumo muito mais curtos, esse é um pensamento estratégico e a novidade é que há fundos comunitários que podem ser utilizados para implementar respostas deste pensamento estratégico", lembrou.
É com esta ideia que o deputado bloquista justificou a marcação do debate de urgência.
"Para dizermos ao Governo que cá estamos para exigir que haja alterações profundas na forma como nós pensamos a nossa economia e que não há aqui respostas desgarradas", avisou.
Na perspetiva de Pedro Filipe Soares, "não se pode pensar a industrialização da Europa ou do país sem pensar numa alteração do modelo produtivo que acautele as alterações climáticas".
"Não se pode pensar uma economia que não tenha englobada também a criação do emprego para garantir que as pessoas são parte relevante desta resposta à alteração climática", defendeu.
A preocupação do BE - e também do PAN - tem a ver com investimentos estruturais para o país, insistindo na oposição ao novo aeroporto ser localizado no Montijo.
O governante defendeu ainda que "o ambiente tem de estar no centro da recuperação económica e tem de ser o catalisador de investimentos que permitam dinamizar a economia de imediato".
A promessa do Governo para atingir este objetivo é construir "uma rede de infraestruturas de mobilidade e infraestruturas ambientais indispensáveis à sustentabilidade e conectividade do território" e apostar "na reindustrialização do país e na criação de emprego, através do desenvolvimento de fileiras associadas às energias renováveis, à bioeconomia sustentável e aos recursos endógenos".
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