Em Itália, já há números da manifestação: a organização aponta para 200 mil pessoas em Milão e outras 200.000 em Roma, fora as outras 180 cidades em que o ramo italiano do movimento "Sextas pelo Futuro" convocou manifestações e outras iniciativas de adesão à greve.
Na cidade de Milão, um cortejo colorido e sereno ligou num percurso de cerca de dois quilómetros duas praças da cidade, com cartazes em que se lia "o clima muda, a política não" ou "é inútil conquistar a Lua para depois perder a Terra".
O ministro da Educação italiano, Lorenzo Fioramonti, enviou às escolas uma circular apelando aos professores para não marcarem falta aos alunos que se juntassem à greve climática. Palermo, Florença, Veneza, Nápoles e Cagliari foram outras cidades onde se registaram concentrações.
As fotos dos protestos por todo o mundo
Em Haia, na Holanda, milhares de pessoas saíram à rua para pedir responsabilização dos políticos mas também de todos os cidadãos, para quem deve importar "levar vidas sustentáveis e fazer mudanças nesse sentido", como disse à Associated Press a estudante universitária Beth Meadows.
Os protestos começaram hoje cedo, na Austrália, Myanmar e Índia. Mais de 40.000 pessoas, um número recorde, protestaram em frente ao Parlamento da Nova Zelândia para exigir políticas contra as mudanças climáticas, no quadro de uma greve climática global. Crianças vestidas com uniformes, adolescentes e ex-combatentes marcharam pelas ruas de Wellington, com faixas com slogans como "Faltamos às aulas para lhes dar uma lição", "Negação = morte" ou "O que Greta diz", em alusão à intervenção de Greta Thunberg na segunda-feira passada na ONU.
ONU felicita participantes
O Comité das Nações Unidas para os Direitos das Crianças saudou hoje a participação de crianças de todo o mundo nas manifestações de luta contra as alterações climáticas, apoiando que "as suas vozes sejam ouvidas e levadas em conta".
Aquele organismo da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou-se "inspirado pelos milhões de crianças e adolescentes que se manifestaram pela mudança climática", reconhecendo que os mais novos "já estão a ser afetados pela contaminação, as secas, os desastres naturais e a degradação do ecossistema". O presidente do comité, Luis Pedernera, considerou bem-vinda "a ativa e significativa participação das crianças, como defensores dos direitos humanos, em assuntos que os preocupem, como qualquer outra pessoa".
Protestos em Portugal
Milhares de pessoas estão hoje concentradas no Cais do Sodré, em Lisboa, num protesto em defesa do planeta, assumindo-se como sendo o “plano b” para resolver os problemas do mundo e acusando os decisores políticos terem falhado.
Lisboa é uma das 30 localidades portuguesas onde hoje se está a realizar mais uma manifestação no âmbito da greve climática global que está a acontecer em mais de 170 países.
Marcada paras 15:00, a concentração no largo lisboeta do Cais do Sodré conta com milhares de pessoas de todas e idades e variadas nacionalidades, que protestam contra as “políticas falhadas” dos decisores políticos, explicou à agência Lusa Sinan Eden, um dos responsáveis pela organização do evento.
“Nós somos o plano B”, declarou à Lusa, durante a manifestação cujo slogan mais proclamado é “não há planeta B”.
Ao contrário das últimas duas greves que se realizaram em Portugal no passado ano letivo, a de hoje acontece poucos dias depois de ter arrancado o começo das aulas, o que dificultou a mobilização de estudantes, explicou Sinan Eden.
Apesar disso, os jovens continuam a ser a maioria no protesto em Lisboa, que arrancou cerca das 15:30 e que tem como destino final a praça do Rossio, num cortejo que junta jovens de várias idades, idosos, várias famílias, grupos de amigos, pais e filhos.
Em plena campanha eleitoral para as eleições legislativas de 06 de outubro, são também vários os candidatos que marcam presença no protesto.
Noutro pontos do país
Cerca de 200 estudantes da Guarda participaram hoje numa marcha pelas ruas do centro da cidade, alertando para a necessidade de defesa do planeta e para as consequências das alterações climáticas e a exigir "justiça climática".
A manifestação começou com uma concentração no largo da Sé Catedral, considerada a "sala de visitas" da cidade mais alta do país e incluiu uma marcha até ao edifício da Câmara Municipal, onde o presidente da autarquia recebeu alguns representantes dos manifestantes.
O protesto juntou estudantes de várias escolas básicas e secundárias da Guarda, bem como ambientalistas e políticos locais.
Já em Lousada, centenas de adolescentes, a maioria alunos da secundária, muitos vestidos de negro e com megafones, associaram-se hoje à greve climática mundial marchando pelas ruas da vila e gritando palavras de ordem em defesa do ambiente.
Na marcha não faltaram muitos cartazes coloridos, onde se liam frases em português e inglês, como "O que é que nós queremos? Justiça climática", "Deixai passar, sou ativista e o mundo vou mudar", "Senhor ministro, explique por favor porque é inverno e ainda faz calor", "You ar killing us", "Make earth green again" e "Be part of the solution, not part of the polution", entre outras.
Muitos usando máscaras de proteção contra a poluição, saltando e batendo palmas, todos seguiram até ao centro da vila, em frente à câmara municipal, aplaudidos por quem assistia à passagem da manifestação.
Esta sexta-feira, há manifestações marcadas para cerca de 30 localidades portuguesas, à semelhança do que acontece em 170 países., segundo números do movimento "Sextas-feiras pelo futuro".
Na semana passada, mais de quatro milhões de pessoas desfilaram na sexta-feira (20.09) pelo mundo, em milhares de iniciativas, dando sequência a um movimento inspirado pela ativista sueca Greta Thunberg.
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