Por um lado, a greve foi anunciada “em cima da hora”, segundo a organização, mas, por outro, a jovem ativista sueca Greta Thnuberg deverá visitar Portugal já na próxima semana.

A expectativa quanto ao número de participantes na greve climática que se realiza na sexta-feira não é muita, até porque vão aderir menos cidades, mas a organização considera que, neste momento, o mais importante não é contar pessoas.

“A greve foi anunciada um pouco em cima da hora, mas esperamos a presença de muita gente. No entanto, o principal agora não é o número de pessoas presentes, mas conseguir mobilizar o máximo de gente possível para a COP25”, que começa na próxima semana, contou à Lusa Alice Gato, uma das jovens envolvidas na organização da Greve Climática Global em Portugal.

Neste momento estão confirmadas greves em cinco localidades: Lisboa, Porto, Coimbra, Faro e Santa Maria, nos Açores. Estão também previstos outros tipos de ações em Penafiel, Évora e Caldas da Rainha, acrescentou.

Alice Galo contou à Lusa que há muitos jovens dispostos a viajar até às cidades, onde se vai fazer greve, para aderir ao protesto.

É o caso da estudante do ensino secundário Inês Aleixo, que vai viajar da Marinha Grande para participar na manifestação prevista para Lisboa.

A jovem foi uma das responsáveis pela organização da greve climática em Leiria, que se realizou no final de setembro, mas desta vez o seu trabalho está a passar por organizar e dar apoio a quem queira participar na ação de Lisboa.

“Desta vez tivemos menos tempo para preparar uma greve e por isso vamos aderir à de Lisboa”, contou à Lusa Inês Aleixo, defendendo que o anúncio da vinda a Portugal de Greta Thunberg “poderá mobilizar mais pessoas”.

A jovem ativista começou a faltar às aulas no ano passado para exigir medidas políticas do parlamento sueco. A sua ação tem inspirado milhões de jovens em todo o mundo.

A adolescente irá participar no COP25, que começa na próxima semana em Madrid, mas antes passa por Portugal.

Em Portugal, os protestos de sexta-feira vão servir também para convencer o máximo de pessoas a ir à COP25. Os protestos vão ter “uma componente muito mais artística”, acrescentou Alice Gato.

Em Lisboa, por exemplo, irão participar vários movimentos como o “Linha Vermelha” ou o “Red Rebel Brigade”, um grupo de ativistas conhecido pelas suas encenações silenciosas em que aparecem todos vestidos de vermelho.

Já o coletivo “Linha Vermelha” nasceu da vontade de lutar contra o problema da exploração de petróleo e gás natural e destacou-se quando decidiu costurar em tricot e crochet uma linha vermelha do comprimento do gasoduto, recordou Alice Gato.

O grupo contesta os dois contratos ativos para iniciar a prospeção de combustíveis fósseis em Portugal fazendo um furo na Bajouca e outro em Aljubarrota.

Na sexta-feira, o grupo irá levar a linha vermelha já tricotada para a transportar desde o Largo do Camões, onde começa o protesto, até ao largo em frente à Assembleia da República, onde termina.

Em Portugal, os ativistas exigem o encerramento das centrais de carvão, a paragem de quaisquer novos projetos que aumentem as emissões a nível nacional e a neutralidade de carbono em 2030.