Numa carta aberta a que a agência Lusa teve hoje acesso, o proTEJO — Movimento pelo Tejo, a Associação para o Desenvolvimento de Sobral Fernando (ADSF), o Movimento de Ação Ecológica (MAE) e a Plataforma de Defesa da Albufeira de Santa Águeda / Marateca (PDASA), deixaram um apelo a Duarte Cordeiro para efetivar uma ação que ponha termo à poluição no rio Ocreza, “que mais uma vez se encontra extremamente poluído neste mês de julho, com um nível de eutrofização e ‘bloom’ de algas significativo, episódio que se repete ano após ano”.
“Esta situação ocorre após as descargas de água da barragem da Marateca (ou Albufeira de Santa Águeda) e, tal como no ano passado, foi reportado ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente – GNR e à Agência Portuguesa do Ambiente, município de Proença-a-Nova, Vila Velha de Ródão e Castelo Branco”, sublinharam.
Adiantaram ainda que, sempre que ocorre uma descarga da barragem da Marateca, “a água fica verde, cheira mal, apresenta uma grande concentração de espuma, com zonas azuladas, cheiro fétido e borras pretas ao cimo da água, sugestivo da presença de cianobactérias”.
“As entidades alegam que a enorme descarga que efetuam na barragem da Marateca pretende manter o caudal ecológico, mas esta ocorre apenas num único momento e não com um caudal contínuo e permanente, estranhando-se esta descarga abrupta no atual ano de seca generalizada que atravessamos”, sustentaram.
Os ambientalistas realçaram também que, no mês de maio, a PDASA denunciou e apresentou diversas queixas-crime ao Ministério Público por “evidentes crimes ambientais” que afetam a albufeira de Santa Águeda / Marateca, cujos impactos ecológicos, mais evidentes ao nível da poluição, provocaram uma mortandade de peixes e de algumas aves, nomeadamente, um pato-real morto junto à água e três cegonhas.
Considerando que a poluição da albufeira de Santa Águeda / Marateca e a descarga abrupta da barragem está a prejudicar, ano após ano, o estado ecológico do rio Ocreza a jusante e a impedir o seu uso pelas populações ribeirinhas, os subscritores da missiva pediram ao ministro do Ambiente e Ação Climática para agir em prol da reabilitação da albufeira de Santa Águeda / Marateca.
Neste âmbito, propuseram a plantação de carvalhos e de outras árvores autóctones nos locais em que foram abatidas, a remoção do cerejal existente nas proximidades das margens da albufeira, a abertura dos acessos (antigos) ao plano de água que foram vedados e de acessos especiais a emergências de proteção civil, a prestação de informação pública sobre o que se pode fazer e não fazer, e onde, na zona reservada de 50 metros à volta da albufeira e no plano de água.
Pediram ainda ao governante a execução de intervenções na zona reservada que possibilitem o pleno usufruto da albufeira com atividades desportivas e de lazer autorizadas e a revisão do plano de ordenamento que, segundo o Plano de Ordenamento da Albufeira, devia ter sido efetuado em 2015.
“O senhor Ministro do Ambiente e Ação Climática não concorda que é uma vergonha ter estes níveis de poluição no vale do rio Ocreza”, questionaram.
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