A diferença, indica a investigação da Universidade da Califórnia, em Irvine, Estados Unidos, vai sentir-se até 2100 e vai ter também impacto na biodiversidade.
Segundo o estudo, publicado hoje na revista científica “Nature Climate Change”, a equipa, que junta engenheiros ambientais, cientistas e especialistas em dados, nem todas as partes dos trópicos vão ser afetadas da mesma forma, com a faixa de chuva a deslocar-se para norte em partes do hemisfério oriental e para sul em áreas do hemisfério ocidental.
Tal levará, dizem os investigadores, a que haja mais seca no sudeste de África e em Madagáscar e mais inundações no sul da Índia, ao mesmo tempo que a América Central vai ter também maiores períodos de seca.
“O nosso trabalho mostra que as alterações climáticas farão com que a posição que o cinturão de chuva tropical (Zona de Convergência Intertropical) se mova em direções opostas em dois setores longitudinais que cobrem quase dois terços do planeta, um processo que terá efeitos em cascata na disponibilidade de água e na produção alimentar em todo o mundo”, disse o principal autor da investigação, Antonios Mamalakis.
Os autores do estudo salientam que a complexidade do sistema terrestre “é assustadora” e que depende de muitos processos, e disseram que o próximo passo da investigação é traduzir as mudanças que preconizam com impactos no terreno, em termos de inundações ou de secas, além de mudanças nos ecossistemas, para orientar a adaptação a essas mudanças.
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