Para um empresário, a sua empresa é como um filho, e à volta dos nossos filhos só queremos ter aqueles em quem mais confiamos. Recrutar é, talvez por isso, um dos momentos mais complicados da gestão de uma empresa.

Por vezes, podemos deixar-nos levar pelo entusiasmo de um candidato e mais tarde percebemos que não era o perfil certo ou às vezes deixamos passar a pessoa ideal, porque não tinha o currículo ideal.

"Quando acrescentamos uma pessoa, temos de ter não só em conta as tarefas que vai desempenhar, mas o impacto que ela pode ter na equipa e como isso vai mexer na dinâmica da empresa. Recrutar é essencial para o crescimento de uma empresa, mas não é uma ciência exata e acarreta muitos riscos", diz Rita Maria Nunes, Country Manager da TAB Portugal.

A TAB Portugal juntou então uma série de conselhos para que possa minimizar esses riscos na hora de escolher a pessoa certa a adicionar à sua equipa.

De que precisa a empresa?

Antes de abrir um processo de recrutamento, o ideal é perceber exatamente quais são as funções para que precisamos de contratar alguém e se é disso que a empresa necessita. Muitas vezes, percebemos que um colaborador está sobrecarregado e achamos que encontrar outra pessoa para as mesmas funções, para que possam dividir o trabalho, é a resposta certa. Em teoria, é, mas se o primeiro colaborador estiver sobrecarregado com outro tipo de tarefas que não correspondam exatamente à sua especialidade (como acontece muito nas pequenas empresas onde todos dão uma mãozinha aqui e ali), estamos a contratar alguém com uma especialização que não é a certa. Se temos um designer sobrecarregado por estar a fazer, além de design, trabalho administrativo, é fundamental perceber o que é essencial à empresa, se contratar alguém para fazer esse trabalho administrativo ou outro designer. A diferença não se vai verificar apenas na folha salarial, mas também no rendimento dos colaboradores e na sua motivação.

Seja realista

Consegue oferecer condições de trabalho e remuneração aliciantes o suficiente para atrair profissionais de topo? Se não conseguir, não exija demasiadas qualificações e experiência quando começa a recrutar, porque pode estar a afastar pessoas que, apesar dos currículos mais “magros”, podem ter o perfil certo e vão ser a adição perfeita à sua equipa. No papel, nunca vai encontrar ninguém que seja perfeito, mas pode ter agradáveis surpresas e mais do que contratar os tais profissionais de topo, procure formá-los na sua empresa.

Seja claro

Quando lança um anúncio de emprego ou entra em contacto com um agente de recrutamento, seja claro no perfil que deseja e nas funções a desempenhar. Pode reduzir o número de candidatos, mas os que vão é porque estão realmente interessados ou consideram ter o perfil certo, o que evita que, depois de contratados, os seus colaboradores tenham surpresas com as funções e se desmotivem.

Procure referências

Seria bom pensar que todos os candidatos a uma vaga de emprego são 100% honestos nos currículos e entrevistas, mas nem sempre é a realidade, e muitas vezes acabamos por contratar a pessoa errada, e um erro numa contratação pode ser incrivelmente prejudicial, não só para o rendimento da empresa, mas para o espírito da equipa. Não tenha problemas em pedir referências e em verificá-las. Tente conversar com antigos empregadores e perceber se o perfil daquela pessoa é o mais adequado à sua empresa ou não.

Envolva a sua equipa no processo de recrutamento

A pessoa escolhida vai encaixar-se numa equipa, e como tal, a própria equipa pode ter uma palavra a dizer. Não significa que tenha de fazer entrevistas com a sala cheia de gente, mas procure envolver alguns colaboradores nas várias etapas. Não só vai aumentar o sentimento de pertença, como algum deles pode reparar em algo que lhe possa ter escapado a si.