
Apesar de serem reconhecidas as capacidades dos trabalhadores com mais idade, a tendência é a escolha recair em pessoas mais jovens. Estas conclusões são apresentadas por Andreia Vitória, investigadora da UA, que colocou ao longo dos últimos quatro anos 224 gestores de todo o país a decidir o futuro profissional de dois trabalhadores de idades diferentes, mas com as mesmas qualificações. Foram colocados três cenários diferentes de forma a poder avaliar as respetivas decisões.
“Mesmo quando os trabalhadores mais velhos são descritos de forma mais vantajosa relativamente aos mais jovens, muitos gestores continuam a preferir os mais novos”, aponta a investigadora.
Andreia Vitória conclui ainda que "os gestores que melhor percecionam os mais velhos, provavelmente menos impregnados de estereótipos e conceções erradas acerca dos mais velhos, tendem a escolher o trabalhador mais velho nos cenários apresentados", enquanto que os gestores que percecionam quem tem mais idade de modo menos positivo tendem a escolher o trabalhador mais jovem “provavelmente mais crentes dos estereótipos erróneos acerca dos mais velhos”.
Este trabalho, que foi replicado no Brasil com as mesmas conclusões, pretende alertar para a necessidade de desmistificar certos estereótipos desde cedo, para que os futuros gestores não tomem "decisões enviesadas envolvendo trabalhadores mais velhos, uma vez que terão que lidar com uma força de trabalho cada vez mais envelhecida”, esclarece a investigadora.
Andreia Vitória alerta ainda que “diversos estudos demonstram que os trabalhadores mais velhos detêm características extremamente úteis e valiosas para as organizações. Ao discriminar os mais velhos, as organizações estão a desaproveitar os benefícios destes trabalhadores, condicionando o seu próprio desempenho”, sublinhando que “mais velhos e mais jovens possuem características distintas, mas igualmente importantes para o desempenho e a competitividade das organizações”.
O estudo relembra ainda que a discriminação com base na idade, seja de mais velhos ou de mais jovens, pode ser perversa para as organizações.
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