Li, já há algum tempo, um post de alguém que dizia que sabia que a crise (financeira e económica) tinha chegado ao fim, quando via regressar às estradas a falta de civismo e de paciência. Parecia, dizia o autor tanto quanto me recordo, que durante a crise as pessoas em geral pareciam imbuídas de um espírito de atenção e cuidado pelos outros. de tal forma que traziam para a condução do dia-a-dia o melhor que tinham em si. e isso justificava a atenção, a paciência sobre o outro.

Lembrei-me deste post um destes dias, quando procurei identificar a razão, o motivo que poderia justificar de novo a maior atenção que se dá à liderança e menos à comunicação.

Poderá ser porque deixamos de parte os nossos desafios, quando nos parece que as coisas à nossa volta estão mais tranquilas? Menos problemáticas? O que poderá dar-nos esta tranquilidade?

A comunicação pode muito bem ser um desafio. porque sabemos que estamos a ser observados. Não queremos fazer feio. A liderança é outro desafio: temos receio de falhar.

Para quê então avançar para os nossos limites? Sobretudo quando temos uma perspectiva de conforto... Na verdade, comunicação e liderança deveriam andar de mãos dadas. São irmãs. Familiares muito próximas, que não deveriam ser separadas.

Quem comunica deveria liderar, mesmo que só a si e ao seu percurso. Afinal deve saber muito claramente o que quer. Para onde quer ir. E como vai fazer este seu percurso. É este conhecimento que lhe vai dar a assertividade, a clareza da sua comunicação. Entre outras coisas, naturalmente.

A comunicação e a liderança são indispensáveis uma à outra.

Não há líderes efectivos que não valorizem a comunicação. Eles conhecem o poder das palavras. Trabalham com as palavras para anunciar a sua visão. Inspiram os outros na mesma missão. E sabem conduzir. O líder eficaz prepara-se para as suas intervenções. Tem intenções. E quer mobilizar.

E vê para lá dos olhos e do coração de cada um dos elementos da sua equipa. no limite, sabe que cada um tem um laço específico para consigo. Para com a causa que os aproxima. Sabe o que os motiva. Conhece as suas paixões. Por isso tem argumentos para os mobilizar para um objectivo comum.

E não há novo ou velho demais para este papel. Há determinação. Há inteligência. Há clareza. Há sempre partilha. Comunicação de algo, portanto!

Há um mundo para além de quem lança as palavras e de quem as recebe. Há toda uma envolvência. Um género de caminho circular que os aproxima.

Por isso é tão relevante preparar a comunicação. Por isso os bons líderes não falham neste seu papel.

Cláudia Nogueira

Just Say It