A subida das taxas de juro, e o consequente agravamento das prestações com o empréstimo da casa, veio aumentar as dificuldades de muitas famílias no cumprimento das suas responsabilidades financeiras.
Neste contexto, desde setembro do ano passado que a Twinkloo tem sentido um aumento da procura de pedidos de apoio por parte das famílias. Como tal, “nos últimos meses, cresceu a necessidade de encontrar soluções que permitam às famílias evitar um aumento tão significativo dos encargos com o crédito à habitação”, salienta Sofia Cordeiro, Head of Franchising da Twinkloo, marca especialista em crédito habitação e pessoal.
Renegociação com os bancos para a redução de spread, transferência do crédito para outra instituição bancária que ofereça melhores condições de financiamento, amortização parcial do capital em dívida, são várias as opções que o consumidor tem à disposição para evitar um aumento tão significativo dos encargos com o crédito à habitação.
No entanto, lembra Sofia Cordeiro, na maioria dos casos “a solução não resulta da alteração de um único elemento, mas da combinação de vários aspetos”.
Compensa amortizar o crédito habitação?
Em qualquer momento, as famílias com crédito à habitação podem utilizar as suas poupanças para reduzir o montante em dívida ao banco. Ao amortizar, podem optar por diminuir o número de prestações em falta, de forma a saldar mais rapidamente o empréstimo, ou por baixar o valor da prestação mensal.
Quem amortizar o crédito habitação durante este ano vai beneficiar de condições únicas, uma vez que o diploma Decreto-Lei n.º 80-A/2022, criado pelo Governo no final do ano passado, suspendeu até 31 de dezembro de 2023 a possibilidade de os bancos cobrarem comissões (0,5% do capital amortizado) pelo reembolso antecipado (parcial ou total) nos contratos de crédito à habitação de taxa variável.
Este simulador, disponível na página da Twinkloo, permite calcular a prestação do crédito habitação e os juros que o consumidor irá pagar pelo seu empréstimo, após a amortização antecipada.
Vale a pena transferir o crédito habitação?
Os pedidos de transferência de crédito à habitação recebidos pela Twinkloo aumentaram significativamente a partir do 4º trimestre de 2022, com crescimentos de mais de 50% face aos trimestres anteriores.
Contudo, se as condições de um empréstimo à habitação já são competitivas face à oferta disponível no mercado, ou caso o capital em dívida seja baixo, a transferência de um crédito à habitação pode nem sempre compensar.
Antes de optar por uma transferência, deve fazer bem as contas para avaliar se esta mudança compensa.
Renegociar o crédito habitação
As condições do crédito à habitação definidas no momento da contratação entre o banco e o cliente bancário não têm de permanecer inalteráveis durante o período de vigência do contrato. Em qualquer altura, desde que haja acordo entre o cliente e o banco, um consumidor pode solicitar uma redução do spread do seu crédito ou, entre outros aspetos, uma alteração do regime de taxa de juro.
De salientar que, tendo em conta o atual contexto de subida das taxas de juro, o Governo criou, no final de 2022, um regime transitório, através do qual as instituições de crédito estão sujeitas a um conjunto de obrigações adicionais no âmbito do PARI – Plano de Ação para o Risco de Incumprimento. Deste modo, para os clientes bancários que tenham um crédito à habitação para aquisição de casa própria e permanente até 300 mil euros, indexado a uma taxa variável, os bancos são obrigados a acompanhar a evolução das taxas de esforço e, se existirem indícios de agravamento, a propor soluções que conduzam a uma redução da prestação mensal.
Ao renegociar o crédito habitação, o cliente deve sempre conhecer em detalhe a proposta de renegociação feita pelo seu banco.
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