Inteligente e impactante é assim que pode ser descrita a campanha “#morewomen” lançada pela revista Elle. O vídeo começa por nos mostrar várias fotografias de mulheres e homens conhecidos por ocuparem lugares de topo. Através do recurso ao Photoshop, os homens são eliminados das fotografias, mostrando uma realidade assustadora: as mulheres estão em minoria, quer seja no cinema, na televisão, na política ou em cargos empresariais.

Em Portugal, por exemplo, as mulheres continuam em minoria na política e quando o assunto são cargos de topo. Segundo um artigo do jornal Público, enquanto em 89% das empresas há homens na gestão, só em 55% há mulheres. Um número assustador que mostra bem o desequilíbrio que ainda existe no nosso país. Quando o assunto é política, o cenário piora.

Apesar de este ano se ter feito história em Portugal, com as mulheres a ocuparem um terço dos lugares da Assembleia da República na próxima legislatura, os números ainda são muito baixos. Dos 230 lugares parlamentares, 76 vão ser ocupados por mulheres. Se olharmos para os últimos dados recolhidos sobre a matéria, em 2011 apenas 61 mulheres tiveram assento parlamentar, o que se traduz num aumento pouco expressivo se olharmos para o resto do mundo.

De acordo com o estudo «Mulheres no Parlamento 2011», que juntava dados de 150 países sobre a representação das mulheres no Parlamento, Portugal ocupava a 28.º posição. Ruanda, Andorra, Cuba, Suécia e Finlândia ocupavam o top 5 dos países com maior taxa de mulheres deputadas.

O mesmo cenário estende-se ao mundo de Hollywood, com os homens a ocuparem um grande lugar de destaque. Segundo um estudo realizado pelo Center for the Study of Women in Television and Film (CSWTF) as mulheres continuam em minoria no mundo da sétima arte. No ano passado só 12% dos filmes mais rentáveis dos EUA foram protagonizados por mulheres e apenas 7% foram foram realizados por alguém do sexo feminino.

A campanha "#morewomen", que se realiza pelo terceiro ano consecutivo, será divulgada nas redes sociais e nas páginas da Elle britânica. A edição de novembro vai ser dedicada ao tema "Feminismo" de forma a elucidar melhor o público sobre este tema.

"As histórias que costumamos ouvir de que as mulheres em lugares de poder apoiam e aceitam as suas semelhantes é constantemente ignorada, enquanto isto o mito de que sabotamos as nossas adversárias é perpetuado", pode-se ler no site oficial da publicação. "Queremos mudar esta narrativa [...] e criar uma conversa positiva - que reflita o poder da mulheres, e fornecendo-lhes um maior apoio e suporte enquanto lutamos por uma igualdade global."