Existe na gestão e no marketing uma sigla milagrosa a que chamamos KISS, as iniciais da expressão «keep it simple, stupid», que é como quem diz, de uma forma muito sumária, descomplique, torne as coisas simples, rudimentarmente simples. Não deixa de ser curioso que, neste mundo de abertura fácil em que vivemos, sejamos nós a não saber usar a respetiva tampa.
Descomplicar só depende de nós. Para tal, o primeiro passo é definir o que queremos para a nossa vida. Quem queremos ser. Com quem queremos estar. O que queremos fazer. Onde queremos viver. Que emprego queremos ter… Sem isso não vamos a lado nenhum. Ou talvez possamos ir, mas para um sítio que não desejamos.
Neste processo, é igualmente importante que desvalorizemos as coisas más que nos acontecem. Aprender o que temos de aprender com elas e depois arrumá-las. Deixá-las ficar lá atrás. Não trazer para o dia de hoje aquilo que ontem nos magoou, aquilo que nos fez chorar, aquilo que foi pior.Porquê prolongar a sensação de mal-estar? Quem o obriga? O seu cérebro?
O que se pode fazer para descomplicar
Ao invés de ruminar, procure a partilha. Telefone a um amigo. Saia para a rua. Ande. Procure árvores, natureza, olhe para o que pode receber das coisas mais simples. Não se focalize no que pode perder. Podemos sempre perder alguma coisa! Mas é bem verdade que podemos igualmente ganhar sempre alguma coisa.
E, quando começamos a ver as situações pelo prisma do que podemos ganhar, estamos a fazer com que algo mude, estamos a permitir que a situação má se modifique para melhor, já que é essa a força que lhe estamos a imprimir. A força da positividade. É pois importante que comece a pensar menos no que deve e não deve fazer. E a pensar mais naquilo em que acredita.
E, sobretudo, naquilo que acredita ser o melhor para si. Em cada momento que acontece, você está a escrever o próximo passo da sua vida. Como tal, lute para que esses momentos sejam simples. Afaste aquelas pessoas para quem tudo é muito complicado, para quem tudo é muito difícil, para quem tudo já foi tentado e nada deu certo.
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A (muita) energia que os outros nos consomem
Já pensou quantas pessoas destas gravitam à sua volta e como lhe retiram parte essencial do seu bem-estar? Da sua energia? Já pensou em quanto tempo passa a tentar agradar aos outros, a ser perfecionista, a corresponder às suas expetativas, a não deixar nada para trás? Já reparou na complicação que este tipo de atitude traz para os seus dias?
E essa atitude tem feito de si uma pessoa feliz? Mais feliz? Siga o seu instinto. Siga a sua interioridade. Tente deixar, em cada dia, as convenções que lhe foram impostas ao longo da vida e as quais já nem questiona. Afinal, passamos metade da nossa vida (se não toda) a tentar agradar a alguém.
Aos nossos pais, aos nossos professores, aos nossos amigos, às nossas chefias… Foi o que nos ensinaram! Talvez seja isso que estamos a ensinar. Estamos a ensinar um grande conjunto de complicações e dificuldades. Porque é que tudo tem de ser complicado? Ou difícil? Porque é que temos sempre de julgar aos olhos dos outros?
Eu sei que a vida às vezes nos prega partidas. A minha já me pregou algumas bem difíceis. Talvez por isso me sinta tentada a sugerir-lhe que comece hoje mesmo a identificar que aspetos da sua vida pode simplificar… Tenha um excelente dia!
Texto: Teresa Marta (consultora de bem-estar)
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