Cientistas da Universidade de Pensilvânia, nos Estados Unidos da América, conseguiram manipular células imunitárias de pessoas seropositivas, reproduzindo parcialmente uma mutação genética natural que torna os doentes que são seus portadores imunes ao Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH).

Os resultados foram publicados no The New England Journal of Medicine.

O método

Durante três anos, foi administrada a 12 pessoas seropositivas uma dose dos seus linfócitos T, colhidos e manipulados em laboratório para desativar o gene CCR5 e simular uma mutação protetora natural.

Tal foi conseguido graças à enzima nuclease dedo de zinco, que permitiu induzir a disrupção do CCR5 em cerca de 25 por cento dos linfócitos T tratados. Seis pessoas interromperam a toma de antirretrovirais, durante semanas; as outras continuaram a tomá-los.

Resultados

Após uma semana, em quem tinha interrompido o tratamento, houve um pico no número de linfócitos T manipulados, que após algumas semanas decresceram. Alguns desses linfócitos encontravam-se no tecido imunitário da mucosa intestinal, considerado um esconderijo do VIH.

A carga viral diminuiu em quatro pessoas que tinham interrompido os tratamentos, sendo que numa delas o vírus se tornou indetetável: os seus linfócitos T apresentavam, naturalmente, a mutação protetora, herdada de um dos progenitores.