Por vezes é fundamental agir de imediato para salvar uma vida, pelo que todos devemos ter conhecimentos básicos de primeiros socorros.
Tonturas, respiração acelerada, sensação de batimentos descompassados do coração, formigueiro nas mãos, sudação excessiva ou fria são sintomas frequentes de que o estado normal de saúde foi alterado.
Desde logo o bom senso é o melhor indicador: todos sabemos distinguir um leve mal-estar de uma situação de emergência. E se podemos agir com alguma margem de segurança face ao primeiro, já em relação ao segundo o melhor é não facilitar e ligar imediatamente para o 112 e solicitar ajuda profissional.
Todavia, como o saber não ocupa lugar, aqui deixamos alguns dados para lhe proporcionar os conhecimentos básicos em caso de necessidade e que pode pôr em prática até que chegue a ajuda médica, pois nunca é de mais lembrar como se deve proceder em caso de emergência.
Sinais e sintomas
Ausência de pulso e dos batimentos cardíacos, além de acentuada palidez. Se detetado algum desses sinais a ação deve ser imediata, não será possível esperar por um médico para iniciar o processo de reanimação.
Como agir
Não perca tempo e aplique a massagem cardíaca externa: coloque a vítima deitada de costas em superfície plana e dura. Coloque-se de joelhos ao lado da vítima, cruze as suas mãos sobre a metade inferior do esterno dela. Os dedos ficam abertos sem tocar o tórax.
A partir daí deve-se pressionar vigorosamente, pressionando o esterno e comprimindo o coração de encontro à coluna vertebral. Em seguida, descomprima. Repetições: quantas forem necessárias até a recuperação dos batimentos.
É recomendável a média de 60 compressões por minuto. Não pare até obter uma reação positiva da vítima ou até chegar apoio médico.
Sinais e sintomas
Se o peito da vítima não se elevar, se os lábios ficarem descorados ou azulados, certamente está perante uma paragem respiratória.
Como agir
É uma situação que requer ação imediata. Deite a vítima no chão e ajoelhe-se ao lado da cabeça-tronco. Alivie-lhe a roupa, desobstrua as vias respiratórias (levante a língua), coloque uma mão sob o pescoço, inclinando a cabeça da vítima para trás a fim de abrir as vias respiratórias.
Faça respiração boca-a-boca colocando a sua boca sobre a boca da vítima e expire/sopre de uma só vez todo o ar dos seus pulmões, de forma lenta e continuada. Ao mesmo tempo, com o indicador e o polegar, aperte as narinas da vítima para evitar que o ar insuflado saia por ali.
O peito da vítima elevar-se-á e seguir-se-á uma expiração involuntária. Repita o processo a intervalos regulares, 12 a 15 vezes. Pode alternar as manobras de boca-a-boca com a compressão do esterno, a fim de efetuar em conjunto uma massagem cardíaca.
Esta operação de suporte de vida é absolutamente fundamental e só deverá ser abandonada quando chegarem os profissionais que assumirão a situação, eventualmente passando à desfibrilhação por choque elétrico.
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O que fazer?
Avalie o estado da vítima e não descure pormenores. As pessoas que sofrem de ataques de pânico sentem-se mesmo mal! Deite a vítima no chão em posição semilateral com uma perna fletida. Tape-a. Abra uma janela ou forneça ventilação com um leque ou uma ventoinha. Pode dar líquidos, como seja café, chá ou água.
Acalme-a com palavras de conforto. À medida que a vítima se sentir mais confortável e segura, o mal-estar vai diminuindo de intensidade e acabará por normalizar. Se, em vez de acalmar, a vítima continuar a apresentar sintomas em crescendo, chame o 112 e considere a necessidade de praticar algum dos já aludidos procedimentos de emergência.
O que fazer?
Deite a vítima no chão, na posição lateral de segurança, como já indicámos no caso de ataque de pânico, com as pernas elevadas. Realize uma leve pressão sobre a nuca e fale com a vítima. Também a pode sentar e baixar-lhe a cabeça. Não dê líquidos, pois pode sufocar a vítima.
Só depois de ter a certeza de que ela já recuperou o conhecimento e for capaz de segurar o copo sozinha é que pode dar água com açúcar, ou outro líquido açucarado.
Estas serão as emergências mais comuns, mas não está livre de ter que assistir a outras emergências, como por exemplo um parto prematuro ou a algo completamente inusitado!
Como não podemos estar preparados para tudo, pois os imprevistos são parte natural das nossas vivências, o melhor é praticar a calma, a ponderação e a serenidade, pois assim estará apta a enfrentar as piores situações!
Para além de ter conhecimentos para agir em caso de emergência, sugerimos que verifique se a sua casa é um lugar seguro. Há medidas muito simples que podem evitar autênticos desastres.
• Abula os tapetes ou prenda-os, de forma a não se enrolarem nos pés ou deslizarem, provocando uma queda.
• Tenha cuidado com gavetas abertas onde pode magoar as pernas ou tropeçar.
• Verifique os móveis com esquinas aguçadas e protege-as.
• Evite fios elétricos soltos ou a atravessar a sala, usando calhas técnicas para os segurar fora de zonas de passagem.
• Não coloque objetos atrás da porta que possam cair quando as fechar.
• Prenda tudo o que possa cair.
• Pendure os objetos a uma altura que evite acidentes ao passar por perto.
• Seja prudente!
Guarde-a em local acessível e identificado, pois pode ser necessário prestarem-lhe assistência e convém que qualquer pessoa encontre facilmente a sua “caixinha das emergências”!
Texto: Cristina Gonçalves Pereira, formadora do IEFP e gerente da IS Mediadores de Seguros
Fotografia: Garnier
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