Atualmente são diagnosticados anualmente em Portugal cerca de 4000 novos casos de Cancro do Pulmão. Os homens continuam a ser os mais afetados, mas a percentagem de mulheres tem vindo a aumentar e os especialistas não têm dúvidas de que o Tabaco é o inimigo número um no combate a esta patologia.

No entanto, quanto a doença está já instalada nada mais resta do que passar à fase de tratamento e essa é uma área em que a ciência muito tem evoluído nos anos mais recentes, com novas e mais eficazes soluções, que para além de melhores resultados possibilitam também aos doentes uma melhor qualidade de vida.

Fernando Barata é presidente do Grupo de Estudo do Cancro do Pulmão (GECP) e Diretor do Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e conhece bem esta realidade. Realça que muito tem sido feito nos tempos mais recentes e dá a conhecer os caminhos possíveis para os doentes a quem é diagnosticada a doença.

"Os últimos anos têm sido caracterizados por avanços significativos nas várias áreas de tratamento do Cancro do Pulmão, nomeadamente a cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia e também nas novas terapêuticas biológicas", começa por enumerar este especialista, que explica que a lobectomia – extração cirúrgica do lóbulo do pulmão – e a pneumectomia – extração cirúrgica dum pulmão - são ainda as terapêuticas de eleição para o cancro do pulmão diagnosticados numa fase precoce, cirúrgica. Inovadora é a possibilidade de recurso a técnicas mais poupadoras em indivíduos que têm uma capacidade respiratória ou cardíaca limitada.

Já nos casos em que o doente se apresenta numa fase loco-regional da doença, com envolvimento ganglionar a nível regional, o pneumologista esclarece que a terapêutica de eleição é claramente fazer quimioterapia e radioterapia conjuntamente.

«Isto tem levado, com recurso às modernas técnicas de radioterapia, a combinações muito mais ajustadas e avanços significativos na sobrevivência destes doentes», afirma o presidente do GECP, que admite que a maioria dos doentes chega de facto à fase de tratamento num estádio avançado da doença.

"Cerca de 60 a 70% dos doentes chega até nós numa fase avançada da doença e em que a disseminação do tumor já se fez para outros órgãos. Nestes casos, a terapêutica é hoje muito orientada pela determinação de alguns marcadores biológicos e em que a recomendação passa por fazer uma terapêutica específica para esse marcador", indica o médico.

A ajuda das vacinas

Os progressos mais recentes no tratamento do Cancro do Pulmão prendem-se muito com as vacinas, a imunoterapia, uma terapêutica, explica Fernando Barata, "que se destina a estimular a imunidade do próprio doente, a capacidade dos seus linfócitos, para conjuntamente com as terapêuticas anteriormente citadas, ser possível levar a bom porto o tratamento e ser possível alcançar uma resposta mais completa a nível dos tumores".

Simultaneamente, o especialista do CHUC refere que existem consideráveis avanços a nível das terapêuticas paliativas. De facto, confirma, "hoje temos um conjunto de fármacos que podemos proporcionar ao doente e que podem dar-lhe mais tempo de vida e, fundamentalmente, mais qualidade de vida. Isso é importante e deve-se a fármacos novos incluídos na melhor terapêutica de suporte, mas também à custa de melhores técnicas de radioterapia quando ela é necessária", conclui.

Esperança

Embora o Cancro do Pulmão “roube” anos de vida aos doentes, Fernando Barata realça que a abordagem a esta patologia tem hoje de ser marcada pela esperança, pois, sublinha, "com recurso às novas terapêuticas, podemos dar a estes doentes mais vida e melhor qualidade de vida".

"Para aqueles a quem já foi diagnosticado Cancro do Pulmão existe hoje uma multiplicidade de técnicas e associações de terapêuticas que permitem tratar com qualidade de vida e possibilita aos doentes chegar muito mais longe do que há algumas décadas. O aumento da sobrevida fez-se à custa da descoberta de determinados marcadores para os quais hoje temos terapêuticas específicas", frisa Fernando Barata.

Por Pulmonale

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