Os sintomas de intolerância alimentar não acontecem de forma imediata, como os da alergia, podendo levar desde alguns minutos até dias para aparecerem, o que dificilmente leva a uma associação de causa-efeito.

Qualquer pessoa pode desenvolver intolerância a qualquer alimento, principalmente se o mesmo for consumido em grandes quantidades e ao longo de muitos anos. Uma alimentação repetida e pobre poderá resultar em intolerâncias alimentares.

Todos sabemos que os alimentos são indispensáveis à vida, pois fornecem-nos as substâncias necessárias para o nosso desenvolvimento e para a manutenção do nosso dia a dia. No entanto, estes só podem ser utilizados pelo organismo após a sua digestão e absorção.

Existem, no entanto, alguns indivíduos que não suportam determinados alimentos. Quando isso acontece diz-se que existe uma intolerância alimentar a um certo alimento. A intolerância alimentar é menos grave do que a alergia alimentar, uma vez que não envolve uma resposta imunológica.

Essa condição ocorre quando o organismo encontra dificuldade em digerir um determinado componente do alimento. A intolerância mais comum é a do leite que é provocada pela falta da enzima lactase responsável pela digestão do açúcar presente no
leite (lactose).

A intolerância aos alimentos representa a falta de certas enzimas indispensáveis à digestão, constituindo uma resposta sensível dos anticorpos a determinados alimentos.

Assim, se depois de uma refeição sentir dores abdominais, náusea, gases e uma sensação geral de mal-estar, e se não houver razão aparente para se pensar em comida
estragada, comece a considerar a possibilidade de sofrer de intolerância alimentar.

São muito comuns as intolerâncias desenvolvidas por um organismo saturado pelo consumo frequente e excessivo de determinados alimentos, em particular daqueles potencialmente geradores de reacções como os crustáceos, leite e derivados, trigo, chocolate, ou produtos da indústria alimentícia impregnados de substâncias químicas, aditivos e conservantes.

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Uma dieta inadequada, a saturação e, em especial, as combinações impróprias que dificultam o processo de digestão e assimilação dos nutrientes, podem provocar intolerâncias alimentares.

Reacções alérgicas
A reacção alérgica ocorre quando um organismo sensível à proteína de um certo alimento responde à sua presença na corrente sanguínea, como se tratasse de um invasor, um corpo estranho.

A reacção alérgica não depende da dose nem do alimento, e pode ser fulminante: ocorre no início da refeição ou, em alguns casos, com o simples cheiro da comida.

Os responsáveis mais frequentes dessa reacção são os camarões e marisco em geral, o glúten (proteína presente no trigo e noutros cereais, capaz de irritar os intestinos e as células cerebrais), o leite e derivados (de difícil digestão, especialmente para adultos, a sua proteína é considerada uma das mais alérgicas).

Sintomas da alergia
Uma alergia alimentar autêntica produz um conjunto de sintomas alérgicos específicos repetidamente assinalados. Os sintomas clássicos incluem: dores abdominais, diarreia, náusea ou vómitos, cãibras, urticária, eczemas, inchaços nos olhos, lábios, face e língua, congestão nasal, corrimento nasal.

Em certas pessoas, os alimentos a que são alérgicas provocam uma reacção praticamente desde que são levados à boca, sendo assim fáceis de identificar. A maioria, porém, é difícil de detectar, pois provocam respostas apenas em certas alturas ou em certas quantidades ou devido a uma certa frequência de consumo.

O diagnóstico
Embora sejam mecanismos diferentes, tanto para a alergia quanto para a intolerância, as soluções de tratamento são quase sempre as mesmas. Em ambos os casos, o factor gerador ou precipitador do problema está intimamente relacionado com a digestão e a absorção, e o órgão chave é o intestino.

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A condição da mucosa intestinal – a sua permeabilidade – é o fundamento para a triagem dos nutrientes do corpo, a selecção do que é útil ou inútil ao organismo.

Má dieta, combinações impróprias, uso prolongado de antibióticos e outras drogas químicas, acabam por tornar a mucosa intestinal mais permeável, como um tecido que de repente se rasga e perde a sua capacidade de filtragem.

Como resultado, substâncias indesejáveis como metais pesados, aditivos químicos e agrotóxicos, toxinas de bactérias patogénicas e componentes alimentares não digeridos passam para a corrente sanguínea e desencadeiam sérios abalos na saúde, incluindo as alergias e intolerância alimentares.

O meio mais eficaz de evitar uma alergia ou uma intolerância alimentar consiste em eliminar da dieta a substância responsável. Porém, isto é mais fácil de dizer do que de fazer. Primeiro, é necessário identificar a substância, o que se torna difícil pois, hoje em dia, tudo o que comemos é de fabrico industrial.

Depois, é necessário excluir essas substâncias da dieta. No entanto, como são tão utilizadas nos alimentos de fabrico industrial modernos, o processo pode revelar-se muito difícil. Por isso o ideal é recorrer a um especialista que oriente nesse sentido.

Para além disso a pessoa ainda terá que ter a força de vontade para seguir o conselho durante anos ou, até durante toda a vida. No entanto, e se mesmo assim os novos hábitos alimentares se demonstram, só por si, insuficientes, a terapêutica farmacológica (medicamentos) pode ser a resposta.

Intolerância e perda de peso
A intolerância alimentar tem incidência em cerca de 50% a 60% da população, inclusive em atletas, levando a uma diminuição da força muscular. Como grande parte das pessoas em geral não têm ainda conhecimentos sobre o assunto, a pessoa fica sem diagnóstico e convive diariamente com os sintomas.

A intolerância alimentar é muito mais frequente do que a alergia clássica, quer nas crianças, quer em adultos, afectando uma em cada três pessoas. Além dos testes médicos que se podem fazer, para casos realmente graves, já existem alguns testes preparados para serem usados em clínicas de estética, gabinetes e spas.

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Estes testes, fáceis de aplicar têm, geralmente, um plano alimentar personalizado associado, aconselhado por um nutricionista. Este plano alimentar baseia-se no equilíbrio dos alimentos e aconselhamento vitamínico e mineral, consoante o resultado do teste.

Alimentos a evitar
- Que podem provocar reacções alérgicas
Os alimentos alergénicos mais comuns são: maçã, nozes, tomates, leite, ovos, espinafres, uvas, bananas, amendoins, cacau, mariscos, moluscos, soja, peixe e galinha.

- Que podem provocar reacções de intolerância
Os alimentos que actuam directamente nos mastócitos e provocam libertação de histamina são: chocolate, tomates, espinafres, morangos, ovos, peixe, mariscos, ananás e especiarias (canela).

Os alimentos que contêm histamina e outros mediadores causadores de sintomas são: chocolate, tomates, espinafres, morangos, mariscos, ruibarbo, queijo, arenque, bananas, cavala, bacalhau, pimenta, nozes, vinho, couve fermentada e atum.

Além disso, muitos alimentos contêm corantes, aromatizantes, conservantes, etc., que podem também causar sintomas de intolerância alimentar:

Corantes
E 102, E 107, E 110, E 122, E 123, E 124, E 128 e E 151
Aromatizantes
Cinamato (canela), anetol (alcaçuz), baunilha, eugenol (cravinho) e mentol. E 620, E 624, E 626, E 629, E 630 e E633
Conservantes
E 2 10, E 219, E 200, E 203
Antioxidantes
E 311, E 3 20 e E 32 1

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Tipos de testes para avaliar intolerância alimentar
• Acupuntura na ponta dos dedos
• Variação do esforço muscular
• Análise do sangue
• Avaliação da tonicidade muscular
• Avaliação muscular com estimulação sub-lingual
• Bioenergético (princípios baseados nos meridianos da medicina chinesa

Sintomas da intolerância alimentar
Os sintomas de alergia alimentar e de intolerância alimentar são, muitas vezes, idênticos e, por isso, frequentemente confundidos. Clinicamente, os mais importantes sintomas comuns a ambas as situações envolvem a pele, o tracto gastrointestinal (sistema digestivo, e o tracto respiratório.

Adicionalmente, a intolerância alimentar causa, muitas vezes, cefaleias, dores nas articulações, fadiga e mal-estar geral. Assim, embora passem despercebidos na maioria das vezes, certos sintomas vulgares podem indicar algum tipo de intolerância.

1. Os espirros, entupimentos nasais, os acessos frequentes de rinite ou sinusite
2. Os corrimentos vaginais, inclusive as cândidas de repetição
3. As comichões no corpo, as acnes persistentes e de repetição
4. Sensação de cansaço ou sono após comer, ao longo do dia também
5. As dificuldades para emagrecer
6. Sensação de inchaço pelo corpo (relacionada ou não com o período menstrual)
7. Prisão de ventre ou intestino muito solto
8. Dores abdominais sem fundamento, excesso de gases e distensão após comer
9. Dores de cabeça ou enxaquecas frequentes
10. Sintomas de ansiedade ou depressão e também de hiperactividade
11. Dores musculares e articulares, e fibromialgias.

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Agradecimentos: Figura T, Lisboa; Vitalybra