Atualmente, na União Europeia, os medicamentos genéricos são responsáveis por metades das vendas no setor farmacêutico.

Embora em termos de valores representem apenas 18 por cento do total movimentado na compra de fármacos, a sua introdução originou uma poupança de 30 mil milhões de euros, de acordo com os dados da Associação Europeia de Medicamentos Genéricos. E a consultora IMS Health prevê que, daqui a quatro anos, se consiga poupar 78 mil milhões de euros.

Esta situação, que se deve ao facto de haver muitas patentes que vão perder a exclusividade em breve, permitirá a comercialização de genéricos com essas substâncias ativas. Nos Estados Unidos da América e no Canadá, onde o uso de genéricos está mais generalizado, os números são bem mais elevados. A quota de mercado dos genéricos, nos EUA, atinge já os 90 por cento, poupando 95 mil milhões de euros ao país, segundo dados revelados pela Generic Pharmaceutical Association. No Canadá, representam 81 por cento do mercado de medicamentos.

O caso português

Os países europeus onde se vendem mais genéricos são a Alemanha, a Polónia e o Reino Unido, atingindo uma quota de mercado de 75, 73 e 71 por cento, respetivamente. Mas, em Portugal, as vendas são bastantes inferiores, cobrindo apenas 17,31 por cento do total do mercado. Este atraso português deve-se, sobretudo, de acordo com um relatório da consultora IMS Health, divulgado em março, ao bloqueio que os laboratórios farmacêuticos estão a fazer.

Esse está a ser efetivado através da apresentação de recursos aos tribunais administrativos para suspender a autorização da introdução de genéricos no mercado, alegando que os seus fabricantes estão a violar as patentes dos fármacos originais, os genéricos só podem ser comercializados após expirar o período de protecção de patente do medicamento original, em média, 20 anos. Por este motivo, alguns medicamentos que já foram lançados noutros países da União Europeia continuam à espera de aprovação para serem vendidos em Portugal.