A leucemia mielóide aguda e o cancro do colo do útero têm mutações genéticas comuns, confirma um novo estudo internacional desenvolvido pelos National Institutes of Health (NIH), um dos mais importantes centros mundiais de investigação da doença.
Desenvolvido no âmbito de um vasto projeto de investigação científica denominado «Cancer Genome Atlas Project» o estudo encontrou vários aspetos comuns.
A confirmação surge num artigo sobre o cancro do sangue publicado na edição de 2 de maio de 2013 do New England Journal of Medicine e num artigo sobre o cancro do útero publicado na última edição da revista britânica Nature. De acordo com a investigação que lhes serve de base, desenvolvida no âmbito de um estudo que pretende descodificar a composição genética de 10.000 tumores associados a 20 tipos de cancro, confirma-se ainda a existência de mutações genéticas muito similares num tipo de cancro da mama e no cancro do ovário.
Alguns casos de cancro do cólon registam também, segundo os investigadores, mutações já verificadas em situações de cancro da mama. A análise dos dados recolhidos durante os trabalhos permite ainda inferir que cerca de metade dos casos de cancro do pulmão podem responder positivamente a tratamentos prescritos para combater outros tipos de cancro. Estas descobertas revolucionam a abordagem clínica do cancro, cada vez mais feita em função das características genéticas da patologia do que em função do órgão afetado.
As últimas investigações conhecidas sobre as formas mais agressivas de cancro do útero confirmam também semelhanças entre este e as manifestações mais graves de cancro da mama e de cancro do ovário, revela uma análise feita a 373 tumores. Os especialistas verificaram ainda que a mutação do gene Pl3K é substancialmente mais comum nos tumores uterinos do que em qualquer outro dos 20 tipos de cancro estudados pelo NIH.
Nos últimos anos, vários laboratórios farmacêuticos iniciaram um processo de desenvolvimento de moléculas para tratar o cancro do cólo do útero, que só nos Estados Unidos da América mata cerca de 8.000 pessoas por ano e regista uma média anual de 50.000 novos casos. Na pesquisa sobre a leucemia mielóide aguda foram estudados 200 doentes e identificadas pelo menos 260 mutações genéticas.
8 de maio de 2013, 11:27
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