A chicória contém inulina, um prébiótico que estimula o crescimento de várias estirpes como os lactobacillus e consequente regulação da flora intestinal.
Também melhora o trânsito intestinal e, graças aos polifenóis, contribui para a proteção da função cardiovascular (ajudando a inibir a inflamação endotelial e a agregação plaquetária) e tem ação anti-inflamatória. Possui ainda lactonas sesquiterpénicas amargas com ação sobre a função digestiva.
De acordo com um estudo publicado na Phytotherapy Research em 2011, esta planta já demonstrou exercer vários benefícios cardiovasculares, reduzindo a agregação plaquetária e a viscosidade plasmática num estudo realizado em 27 voluntários saudáveis que consumiram o seu café (300 ml/dia) durante 1 semana.
Embora os autores do estudo afirmem que os seus fenóis têm um papel importante nesta ação reforçam que outros constituintes da planta também são necessários para se atingir este resultado final.
Outro estudo realizado pela Universidade de Medicina do Texas, a chicória melhorou a osteoartrite em pacientes (com mais de 50 anos, tratados com 600 a 1800 mg da raiz por dia). Cerca de 90 por cento dos pacientes apresentaram ao fim e um mês de tratamento pelo menos 20 por cento de melhoria na dor, rigidez e estado geral.
Principais indicações:
- Tratamentos do fígado e vesícula biliar
- Estimulação do apetite
- Anorexia
- Enfartamentos, digestões lentas
- Obstipação
- Dispepsias
- Disquinesia biliar
- Estimulação diurese
- Depurativo
- Regulador da flora intestinal
- Substituto do sabor do café
Administração
São utilizadas as raízes que podem ser micronizadas e administradas em comprimidos, 1 a 2 g por dia 30 minutos antes das refeições, se o objetivo for estimular o apetite ou durante as refeições se pretendermos melhorar a digestão. Também são muito utilizadas as raízes torradas em várias preparações à venda em supermercados para serem utilizadas em vez do café para dar sabor a bebidas.
Receita caseira
- Galão natural sem cafeína, sem lactose e sem açúcar
Escolha uma bebida à base de soja, aveia, arroz, kamut ou espelta em vez do leite. Aqueça à temperatura desejada e junte um preparado de cevada, chicória e centeio à venda em ervanárias ou dietéticas, pois estes são isentos de pesticidas, não transgénicos e muitas vezes obtidos através do sistema de comércio justo. Para adoçar coloque meia a uma colher de café de estévia, um adoçante natural (sem aspartame, acessulfame ou açúcar).
Revisão científica: João Beles (naturopata e professor na Universidade de Medicina Tradicional de Lisboa)
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