A terapia biológica ou molecular (imunoterapia) consiste em usar fármacos que atuem fundamentalmente nas células cancerosas afetando minimamente as normais, tendo assim menos efeitos acessórios. Entre estes encontra-se o Trastuzumab. Trata-se de um anticorpo específico para as células cancerígenas HER2+. O seu mecanismo de ação consiste em bloquear os receptores HER2 situados na membrana celular, tornando mais lento ou mesmo parando o crescimento do tumor.
A sua administração em mulheres com cancros com sobreexpressão HER2 aumenta o número de casos em que, após o tratamento, quando se faz a cirurgia, a análise ao microscópio da peça operatória não revela tumor. O mesmo regrediu completamente sob a ação do fármaco. Na maior parte dos casos é administrado preventivamente após a cirurgia/radioterapia e/ou quimioterapia, durante um ano.
Esta terapia pode provocar febre, náuseas e vómitos, diarreia, alterações da pele e ainda dificuldades respiratórias e alterações cardíacas. Todos estes sintomas são raros. Há outros fármacos em estudo, nomeadamente vacinas para o cancro da mama, mas que ainda estão em fase de experimentação. Idealmente, os tratamentos deveriam ser personalizados de acordo com as características do tumor, uma espécie de tratamento à la carte.
Os ensaios clínicos correspondem a estudos de investigação de novas formas de tratamento e de prevenção da recidiva do cancro. Podem ser úteis em alguns casos, podendo a doente beneficiar de novas abordagens terapêuticas que se mostraram promissoras em fases anteriores da investigação. A doente tem sempre de dar o seu consentimento depois de devidamente esclarecida.
Fonte: «34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade» de Ana Paula Avillez, médica imagiologista especialista em senologia, publicado pela editora Academia do Livro
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