A maioria das mulheres acumula gordura na região das ancas e glúteos. A essa distribuição de gordura corporal atribui-se o nome de gordura ginóide, ou seja, o formato de pêra. A massa gorda acumulada na região superior do corpo, barriga, peito e costas denomina-se de andróide e tem a forma de uma maçã.
Actualmente, a investigação científica evidencia um maior risco de doença cardiovascular nas mulheres que apresentam um perímetro da cintura superior a 88 cm, uma vez que indicia a presença de gordura visceral (gordura nos órgãos da cavidade abdominal). Por essa razão, as mulheres com uma distribuição de gordura em formato de maçã têm um perfil de risco superior às mulheres com gordura nas ancas e glúteos, sendo já assumido, junto da comunidade científica, que este tipo de gordura pode ser protectora da doença cardiovascular.
A boa notícia é que a gordura mais prejudicial à saúde é também aquela que se elimina mais facilmente visto que é mais sensível à acção de determinadas hormonas que promovem a utilização dessa fonte de energia.
O problema e a solução
Independentemente do risco que oferece, a gordura localizada é sempre um factor perturbador para mulheres que se preocupam com a sua imagem. Uma das soluções para este problema poderá estar na remoção cirúrgica da gordura localizada dessas regiões, que, apesar de eficaz, é um método muito intrusivo.
Outro método que proporciona resultados eficazes (sem ser intrusivo) é o emagrecimento de uma forma saudável através da ingestão de menos calorias e do dispêndio calórico aumentado através da actividade física.
Neste tipo de abordagem os efeitos são conseguidos ao longo do tempo e a alimentação saudável e a prática de actividade física são compromissos para o resto da vida, sendo os efeitos reversíveis na sua ausência.
Como pôr em prática
A alimentação adequada para o emagrecimento e
perda de volume nestas regiões terá que ser hipocalórica, ou seja, inferior às nossas necessidades, para que sejam utilizadas essas fontes
de gordura corporal.
No entanto, o aporte de calorias não deverá ser
muito restritivo de forma a não comprometer a massa muscular corporal.
Se gastamos 2.000 calorias diariamente, deveremos no mínimo ingerir
1.500 calorias, desta forma retiraremos 500 calorias diariamente ao nosso armazém de gordura corporal. E, se gastarmos mais energia, teremos oportunidade de gastar mais gordura corporal.
Esse
gasto de energia deve ser aumentado através de actividade física que
promova um dispêndio calórico considerável e ao mesmo tempo promova um
aumento da massa muscular de forma a não aumentar a flacidez. O
exercício adequado será o intervalado entre o trabalho cardiovascular
(aulas de bicicleta, de step, a corrida, a hidroginástica) e o de
resistência muscular (treinos de ginásio). Como referência, despenda
diariamente 300 calorias em actividade física.
Texto: Teresa Branco (coordenadora da Clínica Metabólica e investigadora no Laboratório do Exercício e Saúde da Faculdade de Motricidade Humana)
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