
Os investigadores de universidades e hospitais do Recife - cidade no centro da epidemia de microcefalia - concluem que os casos de artrogripose, que afeta sobretudo braços e pernas, podem ser resultado do efeito do Zika no desenvolvimento dos neurónios motores do bebé.
Em todos os sete casos analisados, a mãe teve uma infeção por Zika, ou uma erupção cutânea semelhante, ou um bebé com microcefalia.
Os resultados do trabalho foram publicados esta terça-feira (09/08) no British Medical Journal.
No Brasil, o Zika provocou mais de 1700 casos de microcefalia, uma malformação congénita grave nos recém-nascidos caracterizada por um cérebro pequeno que está na origem de problemas irreversíveis de desenvolvimento dos bebés.
Saiba também: 10 cuidados básicos ao viajar para países com Zika
Leia ainda: O drama dos bebés que são o rosto de uma epidemia
No entanto, como a investigação é um estudo observacional, a equipa não pode concluir definitivamente a relação entre o Zika e a artrogripose.
Ainda assim, a equipa considera que a artrogripose pode estar relacionada com a maneira como o Zika afeta o cérebro e com a forma como os neurónios motores transportam os sinais nervosos aos músculos dos bebés.
Se os sinais são fracos ou deficientes, isso pode conduzir a deformações nas articulações, disse à agência Reuters a coordenadora do estudo, a neurologista pediátrica Vanessa van der Linden, da Associação de Assistência à Criança com Deficiência e do Hospital Barão de Lucena, no Recife.
Comentários