12 defevereiro de 2014 - 13h22

Um vídeo produzido no Hospital de Portalegre sobre uma cirurgia laparoscópica com uma técnica considerada de “topo” e esporadicamente utilizada em Portugal está a fazer “sucesso” nos espaços de Internet da especialidade, tendo já conquistado um prémio internacional.

O vídeo mostra todas as técnicas utilizadas numa cirúrgica laparoscópica em que se retirou um tumor do reto a um paciente tendo utilizado apenas orifícios naturais, sem serem necessárias incisões na pele.

“O vídeo foi enviado para o maior e melhor site de cirurgia laparoscópica do mundo. Trata-se de um site francês, e está publicado naquele espaço com outros vídeos de outras partes do mundo, mas portugueses, como este, não há nenhum”, explicou hoje um dos cirurgiões envolvidos, Hugo Capote, em declarações à agência Lusa.

De acordo com o médico, o vídeo está publicado na página de Internet www.websurg.com, sublinhando o clínico que “não é nada fácil” a publicação de documentos naquele espaço por causa dos critérios “rigorosos” dos administradores da página.

Hugo Capote relatou que esta cirurgia, considerada “rara” em Portugal, foi acompanhada por um vídeo de “qualidade” porque o Hospital de Portalegre “tem apostado” nos últimos tempos nesta área.

“Eu acho que há outros colegas a fazer isto em Portugal, eu não conheço muitos, mas para se fazer este tipo de trabalhos é preciso ter condições materiais que correspondem a um investimento por parte da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA)”, disse.

Para o médico, o “treino, a dedicação e a paciência” foram fatores que “compensaram” e ajudaram este projeto a vencer recentemente o primeiro prémio na categoria de melhor vídeo, no Congresso Internacional de Cirurgia, que decorreu no Porto.

“O vídeo foi discutido no congresso com outros colegas e foi unânime que foi uma técnica bem realizada e eficaz que trouxe vantagens para o doente”, acrescentou.

O médico explicou que a cirurgia em causa foi “curativa”, o que permitiu que o paciente “não ficasse com nenhuma cicatriz”, tendo uma recuperação “rápida”, o que permitiu ao fim de três dias obter alta hospitalar.

Lusa