4 de novembro de 2013 - 12h19
Cerca de duas dezenas de utentes da Unidade de Saúde de Azevedo-Campanhã, no Porto, reuniram-se hoje junto às instalações do posto, protestando novamente contra o seu encerramento.
Depois de na sexta-feira serem “surpreendidos” com um aviso na porta da unidade que dava conta do seu encerramento a partir de hoje, os utentes decidiram não baixar os braços na luta pela abertura do espaço de saúde.
Olindo Teixeira, da recém-criada comissão de utentes daquele centro de saúde, afirmou à Lusa ser “inadmissível” o fecho da unidade, que serve “12 mil pessoas, sobretudo uma população muito envelhecida e doente”.
A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) esclareceu na sexta-feira que o fecho da Unidade de Saúde de Azevedo é temporário e foi determinado pela “manifesta falta de segurança do edifício”.
“Se o centro vai cair, a minha casa também cai”, disse Orquídea Cardoso, de 58 anos, que esta manhã estava a protestar à porta da unidade.
Para esta utente, apenas “o telhado do posto precisa de obras”, que poderiam ser feitas de forma faseada, tendo em conta que “há salas com condições para servir o povo”.
Esta manifestação esteve inicialmente agendada para a porta da ARS-N, na rua de Santa Catarina, mas, segundo Olindo Teixeira, a população decidiu reunir-se naquele local depois de ler “num jornal” que o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, se iria deslocar à unidade.

Visita técnica
Fonte da autarquia esclareceu à Lusa que nunca esteve programada qualquer visita de Rui Moreira ao local e que o que acontecerá hoje é vistoria técnica conjunta – Câmara e ARS-N – para avaliar as condições do edifício.
A utente Felismina Miranda lamentou o facto de ter de apanhar “três transportes” para se deslocar à unidade de S. Roque da Lameira, apontada como uma das alternativas possíveis.
“Queremos o posto aberto”, “o posto é do povo” foram duas das frases ouvidas no local pelos utentes, que seguravam faixas em que se lia “O povo de Azevedo é um povo carenciado” e “O povo unido jamais será vencido”.
Debaixo de chuva, os utentes ainda cantaram a “Grândola”, tendo uma senhora mais exaltada telefonado para a Junta de Freguesia para reclamar a presença do presidente, o socialista Ernesto Santos, no local.
Aquela unidade de saúde abriu esta manhã as portas, mas apenas para a retirada de materiais de lá e para que a população que não tenha sido informada do seu encerramento temporário fosse avisada dos novos locais de atendimento.
Além da unidade de S. Roque, a população de Azevedo-Campanhã pode ser atendida na unidade de saúde familiar do Ilhéu ou outra que entender, de acordo com a ARS-N.
Lusa