Um dos dinamizadores da iniciativa é António Moreira, que, em declarações à Lusa, explicou que o objetivo é repor no Hospital de Espinho o serviço que lhe foi retirado em 2007 e evitar assim que a população local tenha que recorrer sempre à Urgência de Gaia, que se encontra a cerca de 20 quilómetros e "está congestionada", pelo que o período de espera para casos de menor gravidade é habitualmente de várias horas.

"O Serviço de Urgência Básica foi-nos retirado por razões puramente políticas, centralizadoras e economicistas, com a promessa de que, em contrapartida, teríamos em permanência no hospital uma ambulância do INEM [Instituto Nacional de Emergência Médica] e uma VMER [Viatura Médica de Emergência e Reanimação], o que nunca foi cumprido", afirmou aquele responsável.

"Ora, como o Hospital de Espinho já tem a infraestrutura da Urgência Básica toda montada, equipada e pronta a entrar novamente ao serviço, queremos agora levar este assunto ao Parlamento, para recuperar o que nos tiraram e garantir um melhor serviço de saúde às populações", acrescentou.

Para António Moreira, beneficiariam com essa medida não apenas os utentes do concelho de Espinho e das freguesias que lhe são mais próximas, mas também as populações dos outros municípios que têm o Hospital de Gaia como unidade de referência e "o veem sobrecarregado por mais procura do que aquela para a qual foi dimensionado". "Não se justifica ir a Gaia por causa de uma ferida no couro cabeludo e esperar cinco a seis horas para receber uma sutura, quando esse cuidado podia muito bem ser prestado em Espinho", referiu, a título de exemplo.

"Por essas e por outras é que o Serviço Nacional de Saúde está a braços com situações muito complexas, como o desgaste dos seus profissionais - porque um sítio concebido para atender 'x' utentes não pode responder com a mesma eficácia e qualidade quando passa a receber três ou quatro vezes mais gente", concluiu.

O Hospital de Espinho é atualmente o polo III do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia-Espinho.