O protesto segue-se à promoção de um abaixo-assinado que reuniu, de acordo com o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP), mais de 5.000 assinaturas, entregue na Assembleia da República e que aguarda agendamento para ser debatido e votado em plenário.

Em comunicado, o movimento lembra que o hospital Arcebispo João Crisóstomo foi alvo de um investimento estatal orçado em 3,7 milhões de euros "para melhorar as suas instalações" e serve entre 60 a 80 mil pessoas.

"Está ameaçado de morte, depois do encerramento das urgências pelo anterior governo em 2007", sustenta o MUSP, alegando que a unidade de saúde deixou de constar na relação da rede dos hospitais públicos nacionais, "o que prova que o Ministério da Saúde está a preparar o processo da sua privatização".

No abaixo-assinado, os críticos da possível privatização defendem a manutenção do hospital de Cantanhede "na esfera pública" e no Serviço Nacional de Saúde, "por forma a que seja afastado de vez o perigo da sua privatização, e a exposição à cobiça e avidez da área dos negócios da saúde".

"A redução e exiguidade de médicos, a diminuição dos dias de semana de consulta nas extensões de saúde, a carência de recursos humanos no centro de saúde de Cantanhede, o encerramento de extensões de saúde, como São Caetano, está a deixar a população sem médico de família. E a criar grandes dificuldades, em especial às camadas mais fragilizadas, crianças e idosos, tudo agravado com a falta de transportes públicos entre as freguesias e a sede do concelho, numa grave situação de desproteção na saúde", adianta o MUSP.

No sábado, o movimento de utentes, o Sindicato da Função Pública da Zona Centro, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e o Sindicato dos Médicos da Zona Centro promovem uma caravana automóvel com início agendado para as 15h00 junto ao hospital de Cantanhede.

Mais tarde, às 17h30, está prevista uma vigília em frente à Câmara Municipal local.