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Rio Maior tem duas unidades móveis de saúde, desde 2009, mas nunca funcionaram com médico
25 de novembro de 2013 - 14h05
A Comissão de Utentes da Saúde de Rio Maior promove, na terça-feira à tarde, uma vigília frente ao centro de saúde da cidade em protesto contra o encerramento de extensões de saúde rurais e para exigir mais médicos.
Augusto Figueiredo, da Comissão de Utentes da Saúde e dos Serviços Públicos de Rio Maior, disse à agência Lusa que cerca de 7.000 utentes (perto de um terço da população do concelho) não têm médico de família.
“Há extensões de saúde onde não vai nenhum médico há meses e não há transportes públicos nem rendimentos para as pessoas se deslocarem para o atendimento complementar” em Rio Maior, afirmou.
Entre os motivos da vigília conta-se ainda a “exigência” da constituição da Unidade de Saúde Familiar dos Moinhos, aprovada há quatro anos, ao mesmo tempo que a de Marinhas do Sal, mas que, ao contrário desta, nunca foi concretizada.
Para a constituição desta USF, são necessários mais recursos humanos, nomeadamente médicos, dois enfermeiros e pessoal administrativo, frisou.
Augusto Figueiredo adiantou que está em curso um abaixo-assinado, subscrito já por cerca de 1.500 pessoas, processo que vai prosseguir com o objetivo de fazer chegar as reivindicações das populações à Assembleia da República.
Recentemente, a deputada Helena Pinto, do Bloco de Esquerda, entregou na Assembleia da República um requerimento no qual questiona o ministro da Saúde sobre a redução de 28 por cento nos serviços médicos contratados para os 7.000 utentes sem médico de família em Rio Maior.
No documento, Helena Pinto recorda que, “em novembro de 2011, em resposta a uma pergunta do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, o Ministério da Saúde afirmou estarem contratadas a uma empresa privada 108 horas/semana de serviços médicos para a cobertura dos 7.000 utentes sem médico de família na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Rio Maior, incluindo aqui também três deslocações semanais à Extensão de Saúde de Alcobertas (com 1.570 utentes)”.
Contudo, o Ministério da Saúde admitiu este mês, em resposta a uma nova pergunta do BE e a um pedido de informação da Comissão Parlamentar de Saúde, na sequência de uma petição do Movimento Projeto de Cidadania, estarem apenas contratadas 78 horas semanais de serviços, o que significa uma redução de 28 por cento, realça a deputada.
Helena Pinto quer saber por que razão se registou esta redução em dois anos e que medidas vai o Governo tomar para garantir que todos os utentes de Rio Maior tenham acesso a médico de família.
O concelho de Rio Maior tem duas unidades móveis de saúde, desde 2009, mas nunca funcionaram com médico.
Lusa
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