“Não vai haver [um sistema rotativo]. Nós tínhamos dito que essa era uma hipótese que estava em cima da mesa. A decisão não tinha sido tomada, também o dissemos reiteradamente”, disse Luís Pisco, presidente do conselho diretivo da ARSLVT, aos jornalistas.
“Chegámos à conclusão que seria preferível não o fazer e arranjar uma outra solução”, afirmou Luís Pisco.
O responsável afirmou que a solução passa por trabalhar “como é o habitual, portanto estarão as quatro maternidades a dar resposta”, acrescentando que “houve um esforço enorme por parte dos médicos”.
“Queria aqui salientar o enorme profissionalismo dos médicos desta área, portanto os ginecologistas-obstetras, os neonatologias e anestesistas no sentido de colaborar, inclusivamente, eventualmente, até indo a outros hospitais da região que não o seu, no sentido de resolver os problemas e em termos de escalas completas para agosto e setembro” referiu Pisco.
As urgências de obstetrícia em questão são da Maternidade Alfredo da Costa, Hospital de Santa Maria, São Francisco de Xavier e Amadora-Sintra, somando-se ainda as urgências do Hospital Garcia de Orta.
“O Garcia de Orta é, de facto, a segunda maior maternidade da nossa região, portanto, não poderia estar afastado. É evidente que o Garcia de Orta tem uma colaboração grande com toda a península de Setúbal, mas é bom que faça parte da monitorização e que acompanhe aquilo que está a acontecer em Lisboa”, sublinhou.
“Queria realçar a solidariedade entre estes cinco hospitais, no sentido de todos colaborarem na resolução de um problema que se figurava difícil de resolver”, complementou.
Luís Pisco garantiu que para cada hospital, “as escalas para julho estão feitas, estão resolvidas”.
“Os hospitais resolveram algumas falhas que havia de escalas, eles internamente resolveram-nas, mas para agosto, só por volta do dia 22 é que teremos uma ideia muito aproximada de quantas horas são necessárias e quantas horas de contratação externa precisamos fazer”, disse.
“As cinco maternidades, as quatro de Lisboa e a do Garcia de Orta, vão funcionar como habitualmente. As grávidas e todas as pessoas poderão ficar tranquilas sobre a qualidade e a segurança do serviço que vai ser prestado”, acrescentou.
De acordo com um comunicado de hoje da ARSLVT, "as direções clínicas e direções de serviço de urgência das cinco unidades de saúde vão articular semanalmente a necessária afetação de recursos, para que, em cada momento, se possam antecipar eventuais fragilidades recorrentes deste período" de férias.
Segundo a nota, houve "reforço da contratação de serviços médicos não só nas especialidades de ginecologia/obstetrícia, mas também nas de pediatria e anestesiologia".
A 20 de junho, a Ordem dos Médicos considerou como “um remendo” um eventual sistema rotativo das urgências de obstetrícia de quatro dos maiores hospitais de Lisboa, durante julho e setembro, lembrando que são unidades “de fim de linha” que se encontravam “há meses sobrelotadas”.
“O encerramento rotativo das grandes maternidades de Lisboa, que está neste momento a ser discutido a nível da ARS, é um remendo da situação grave que está a acontecer nestas maternidades de referência e de 'fim de linha', que não têm recursos humanos”, disse, em junho, Alexandre Lourenço presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos.
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