O objetivo do projeto, que está a ser desenvolvido por investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), é demonstrar a mais-valia destes jardins na promoção da saúde do bem-estar físico, social e psicológico dos utentes.

“As áreas residenciais com jardins de proximidade têm provado ter menor ocorrência de problemas mentais, promovendo a interação social e o sentimento comunitário, oportunidades de escape às atividades diárias exigentes e espaços para exercício físico, bem como oportunidades para restauração mental e alívio do stresse”, afirmou, em comunicado, o professor da UTAD Frederico Meireles.

O investigador acrescentou, ainda, que “as zonas urbanas próximas dos espaços verdes são também mais seguras e menos propensas à violência e ao vandalismo”.

Regeneração física e mental

O trabalho da academia transmontana quer, agora, demonstrar a “vocação dos parques e jardins para a regeneração mental e física do ser humano” e provar que, com a sua implementação, se pode conseguir uma “eficiente redução dos custos com a saúde e seguranças das sociedades urbanas”.

O interesse por esta linha de investigação na UTAD foi iniciado pela docente e arquiteta paisagista Sandra Costa, que estudou os espaços terapêuticos e restaurativos, utilizando como caso de estudo o campus do Hospital Pedro Hispano, no Porto.

Nos últimos três anos, Frederico Meireles tem evidenciado a importância destes espaços para as comunidades e o seu contributo para o bem-estar e restauração mental através de trabalhos feitos no âmbito de um projeto de investigação europeu sobre Hortas Urbanas na Europa.

Entretanto, e no âmbito deste projeto, a investigadora Lina Fernandes tem vindo a estudar o caso da quinta da Associação de Paralisia Cerebral de Vila Real, com o objetivo de desenvolver um espaço exterior adaptado às necessidades terapêuticas.

Mais recentemente, o projeto final de mestrado de arquitetura paisagista de Guilherme Fernandes focou o campus da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM), em Sabrosa, tendo resultado no projeto de um espaço adaptado a utilizadores com necessidades especiais e com capacidade de auxiliar as terapias no espaço exterior.

Frederico Meireles e Sandra Costa estão também a desenvolver estudos em parques e jardins, focando o comportamento das pessoas, a sua perceção e a relação emocional que estabelecem com os espaços exteriores.