Cerca de 40% da população já sofre com escassez de água, por causa da qual 700 milhões de pessoas poderão ter de sair do local onde vivem. "Com a procura de água potável a crescer previsivelmente 40% em meados do século e com o impacto crescente das alterações climáticas, a escassez de água é uma preocupação enorme", alertou António Guterres, secretário-geral da ONU, há poucos meses, a propósito do Dia Mundial da Água.

10 curiosidades científicas sobre a água
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"A crescente crise de falta de água deveria estar muito mais em cima no radar do mundo", disse ainda Guterres.

"Necessitamos de novas soluções de gestão dos recursos hídricos para enfrentar novos desafios relacionados com a segurança da água, devido ao crescimento demográfico e às alterações climáticas", aponta a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay.

Um "desafio maior"

No estudo intitulado "Relatório 2018 do Desenvolvimento da áGua Mundial", a UNESCO propõe soluções baseadas na natureza para melhorar a gestão da água, tema que a responsável deste organismo da ONU considera um "desafio maior" e que deve ter uma abordagem coletiva.

"Se não atuarmos, até 2050 cerca de cinco mil milhões de pessoas vão viver em zonas com escassez de água", lê-se no realtório da UNESCO, reforçando a preocupação que será um dos focos deste Fórum Mundial da Água.

A procura de água no planeta "multiplicou-se por seis" nos últimos 100 anos e cresce a um ritmo de 1% em função do crescimento da população, do desenvolvimento económico e dos padrões de consumo.

A organização defende que a população mundial, atualmente de 7,7 mil milhões de pessoas, subirá, em 2050, para um número entre os 9,4 e os 10,2 mil milhões - mais de 60% população estará concentrada nas cidades.

A UNESCO identifica como problema adicional o facto de a procura para a agricultura representar "70% das extrações de água mundial" e refere que, com base nas variações próprias desta atividade - relacionadas com os solos e as condições meteorológicas -, o comportamento da procura anual no setor está "cheio de incertezas".

Com agências