“Uma vacina vai complementar as outras ferramentas que temos, não vai substituí-las”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus durante uma reunião do Conselho Executivo da OMS, em que participou presencialmente depois de ter cumprido quarentena por ter estado em contacto com uma pessoa cujo teste a infeção com o novo coronavírus foi positivo.
O diretor-geral da OMS, assim como vários especialistas da agência das Nações Unidas, tem vindo nos últimos dias a moderar o otimismo criado na semana passada sobre a proximidade de uma vacina eficaz contra a covid-19, quando as farmacêuticas Pfizer e BioNTech anunciaram que dados preliminares de ensaios clínicos de III evidenciaram uma eficácia da vacina de 90%.
“Inicialmente as quantidades serão limitadas e por isso cuidadores, idosos e pessoas em situação de risco terão prioridade e esperamos que isso reduza o número de óbitos e permita a resistência dos sistemas de saúde”, disse o diretor-geral da OMS.
“Mas isso ainda vai deixar muito espaço para o vírus operar”, advertiu Tedros Adhanom Ghebreyesus, apelando para que não se encerrem prematuramente as medidas que permitem controlar a expansão da covid-19, designadamente através de testes, quarentena e acompanhamento de casos de contacto.
A pandemia de COVID-19 provocou pelo menos 1.313.471 mortos resultantes de mais de 54 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 3.381 pessoas dos 217.301 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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