O motivo são as rugas no canto dos olhos. Os 40 voluntários que participaram num publicado na revista "Psychonomic Bulletin and Review" tiveram de observar 140 fotografias de rostos sorridentes, neutros ou surpreendidos e ordenar as pessoas de acordo com a idade.

De maneira geral, os participantes classificaram as caras sorridentes como as mais envelhecidas, seguidas dos rostos com expressões neutras e de surpresa. Para os cientistas, o mais interessante foi observar que os próprios voluntários acreditavam ter classificado as pessoas sorridentes como sendo as mais novas.

"Ironicamente, descobrimos que a mesma pessoa pode acreditar que sorrir faz com que alguém pareça mais jovem, mas classificar os rostos sorridentes como mais velhos", destaca Melvyn Goodale, diretor do "Brain and Mind Institute" da Western University.

Segundo Tzvi Ganel, do Laboratório de Percepção e Ação Visual do Departamento de Psicologia da Universidade Ben-Gurion, as pessoas percebem os rostos de forma holística – ou seja, não compreendem uma parte sem lidar com o seu conjunto.

Quando uma pessoa sorri e fica com mais rugas nos cantos dos olhos, a percepção é de que tem um ou dois anos a mais do que o mesmo rosto com uma expressão neutra, explica Ganel.

Mas quando essas rugas são retiradas do rosto apresentado, a opinião muda: "O sorriso é visto como algo positivo, ligado a elementos de atração, saúde e também de juventude. A ideia geral é a de que, quem sorri, deve ser visto como mais jovem. O que mostramos, de forma direta, é que se trata de um conceito errado", conclui este cientista. "Existe um paradoxo. O sorriso transmite juventude, mas as rugas nos olhos fazem com que o rosto pareça mais velho", acrescenta citado pela BBC.

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