Em conferência de imprensa em Lisboa, o presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermeiros (FENSE), José Correia Azevedo, considerou que a adesão à greve ultrapassou as expectativas dos sindicatos, que era de 60 a 70%, tendo sido de 95%, o que significa a paragem de cerca de 35 mil enfermeiros num universo de 41 mil.

As frases mais ridículas ouvidas pelos médicos
As frases mais ridículas ouvidas pelos médicos
Ver artigo

Ao todo, a greve terá adiado mais de duas mil cirurgias programas em todo o país, sobretudo em três dos maiores hospitais nacionais.

José Azevedo congratulou-se com o facto de a população portuguesa ter compreendido e aceitado, “de forma estoica e pacífica”, o protesto dos enfermeiros, apesar dos constrangimentos causados no atendimento dos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e responsabilizou o Ministério da Saúde pelo impasse nas negociações com vista à reestruturação da carreira de enfermagem.

Se as reivindicações da FENSE não forem acolhidas pelo Governo, José Azevedo admite que a classe "voltará à luta", com "ataques mais evidentes" e até com medidas mais extremas, como a "fuga para Espanha".

Os enfermeiros associados da FENSE iniciaram, na segunda-feira, uma greve nacional de cinco dias.

Reivindicações

Esta greve dos enfermeiros, marcada pela FENSE, que integra o Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem (SIPE) e o Sindicato dos Enfermeiros (SE), visa exigir a conclusão da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho entregue pelos sindicatos em 16 de agosto de 2016.

Os enfermeiros pretendem igualmente que seja criada uma carreira especial de enfermagem que integre a categoria de enfermeiro especialista.

Reclamam também o descongelamento da carreira, lembrando que o Estado deve aos Enfermeiros 13 anos, 7 meses e 25 dias nas progressões, e a revisão das tabelas remuneratórias.