"Esperamos uma adesão expressiva, em linha com as adesões nas últimas greves e, portanto, claramente superior a 90%", disse hoje José Carlos Almeida, secretário regional do Centro do SIM, em conferência de imprensa à porta do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
O secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, salientou que, “depois de um ano e meio em que o Governo se comprometeu a negociar com os sindicatos uma nova grelha salarial, não houve outra possibilidade [se não fazer greve] já que a proposta que a tutela é de um aumento de 1,6% de salários aos médicos que trabalham no SNS, que perderam 25% do poder de compra”.
O dirigente nacional do SIM adiantou que, até outubro, aqueles profissionais de saúde vão fazer tudo para que “o processo negocial decorra da melhor maneira”, referindo que, na próxima quinta-feira, está agendada nova reunião, na qual o SIM espera que o “Governo seja sério”.
Roque da Cunha salientou que a greve incide na região Centro, onde existe um “problema gravíssimo de falta de recursos e de médicos”.
“Não estamos só a falar de salários, mas também de falta de investimento”, sublinhou.
O secretário regional do Centro, José Carlos Almeida, lembrou que nos últimos dois anos 2.000 médicos rescindiram o contrato “para fazerem contrato individual com o Estado para poderem ter vida pessoal e profissional minimamente decente”.
Segundo o dirigente regional, que apontou graves falhas ao nível dos recursos humanos nos hospitais de Leiria, Castelo Branco e Guarda, se a situação não for invertida “o futuro vai ser muito pior para os médicos e população”.
O SIM lamentou os constrangimentos que poderá causar, lembrando que não é possível manter a qualidade e segurança dos cuidados prestados do SNS, nem sua a sustentabilidade financeira, recorrendo “ao trabalho desumano dos médicos”.
“Fomos obrigados a estas greves. Tudo fizemos por um acordo que dignificasse as condições remuneratórias dos médicos. E só avançámos para a greve após a data limite do calendário negocial de 30 de junho”, referiu a estrutura sindical, em comunicado.
O sindicato frisou que o “SNS está pior” e que, consequentemente, “os portugueses são obrigados a gastar as suas parcas poupanças para aceder aos cuidados de saúde que a Constituição consagra”.
“Estas greves são um grito de alerta para o colapso do SNS”, enfatizou.
O SIM também já marcou para os dias 23 e 24 de agosto uma greve total dos médicos internos, que abrange todos os serviços e estabelecimentos portugueses onde estes profissionais de saúde. Para esta paralisação haverá serviços mínimos.
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