O novo serviço, que foi hoje apresentado, vai iniciar com uma equipa de dois médicos e de seis enfermeiros, que poderão cuidar de seis doentes em casa.

“O que está previsto é que, em cada semestre, haja um acréscimo de duas camas, até aos 15 doentes, que é o que está definido como número mínimo no decreto-lei. É para esse número que nós vamos caminhar”, explicou aos jornalistas o coordenador da equipa, José Roberto Silva.

O objetivo é alcançar esse número “de uma forma segura, daí haver esta necessidade de um acréscimo de camas de forma faseada”, acrescentou.

A diretora clínica do hospital, Helena Pinho, admitiu que não foi fácil gerir os recursos humanos e que só foi possível com a ajuda do diretor do serviço de Medicina Interna.

“Para abrirmos mais camas necessitaremos de contratar mais gente, porque não vamos poder diminuir o nível de cuidados que temos internamente só para criar a hospitalização domiciliária”, disse aos jornalistas.

O serviço de hospitalização domiciliária destina-se apenas a doentes que vivem até meia hora de distância do hospital, por questões de segurança, abrangendo apenas o concelho de Viseu.

“Às vezes, o doente está muito bem e, de um momento para o outro, complica. Temos que ter um tempo ideal para lhe poder prestar cuidados sem que ele corra riscos. Para já são os 30 minutos do hospital que, por acaso, coincidem com o concelho de Viseu”, acrescentou Helena Pinho.

José Roberto Silva explicou que, com este serviço, o doente poderá “estar no conforto da sua residência, mas com acesso e direito a todos os instrumentos, quer terapêuticos, quer de diagnóstico”, de um hospital.

“Os doentes, quando estão internados no modelo que é o convencional, têm riscos”, lembrou o responsável, referindo “os quadros confusionais, as quedas, as infeções associadas aos hospitais e as perdas de função”, que muitos acabam por desenvolver após um internamento prolongado.

Segundo José Roberto Silva, “tratar no domicílio pressupõe estabilidade clínica do doente” e, por isso, numa primeira fase, os doentes terão de previamente estar 24 horas internados no hospital.

Helena Pinho frisou que o objetivo é conseguir “uma medicina mais centrada no doente”, que não lhe acarretará qualquer custo adicional.

A diretora clínica disse que, pelo menos para já, este serviço não será feito em lares.

“Queremos mesmo fazer aquilo que nos propõe a norma, que é internar as pessoas na casa delas. Poderemos alargar aos lares mais tarde, mas fazer ao contrário é não apostarmos verdadeiramente no projeto, porque o projeto é mesmo levar o hospital à casa das pessoas”, justificou.