Os médicos veterinários terminam esta quarta-feira uma greve de 48 horas para protestaram contra a transferência de competências da DGAV para as autarquias, considerando que esta municipalização e descentralização prejudica “gravemente a saúde pública”.

Orlando Gonçalves, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte, disse à agência Lusa que a greve está a ter uma adesão de 70% em todo o país, existindo uma maior incidência na região Centro, números idênticos aos de terça-feira.

Orlando Gonçalves adiantou que a paralisação levou ao encerramento de matadouros.

O sindicalista afirmou que o principal motivo de descontentamento dos médicos veterinários é “a municipalização e descentralização da DGAV”, um decreto-lei que entrou em vigor em janeiro e que vai pôr em risco a saúde pública.

Segundo Orlando Gonçalves, 60 câmaras municipais já afirmaram que em breve vão assumir estas competências e as restantes autarquias vão ter que adotar esta medida até 2021.

A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais sustenta que aproximadamente 80% do atual trabalho realizado por funcionários da DGAV vão passar, com a nova lei, para gestão camarária, perdendo-se assim “a autonomia, isenção, imparcialidade e independência das decisões no âmbito das atividades inspetivas que hoje existem sob o comando da DGAV”.

A greve de 48 horas iniciada na terça-feira é decretada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado e Sindicato dos Médicos Veterinários.

Na terça-feira, os médicos veterinários realizaram uma concentração em frente ao Ministério da Agricultura, em Lisboa, para exigir também a criação da carreira de inspeção sanitária.