"Fui muito ingénuo. Não estava ciente do que tinham colocado no meu corpo", admite em declarações à BBC.

Meses depois de uma médica lhe ter aplicado uma substância para preencher as maçãs do rosto, o jovem colombiano procurou uma esteticista para fazer um tratamento de hidratação facial. "Quando ela fez o procedimento, injetou óleos na minha cara. Esses óleos entraram em conflito com a substância que eu já tinha no rosto, sem eu saber", recorda.

Jerson Trujillo, antes dos procedimentos estéticos créditos: DR

"Três meses depois, a minha pele começou a ficar dura, começaram a sair granulomas (nódulos inflamatórios) do meu rosto", descreve. "O meu rosto ficou destruído, podre, saía pus pela minha cara, que estava a apodrecer", acrescenta.

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Hoje, aos 28 anos e após quatro cirurgias reparadoras, Jerson Trujillo diz que conseguiu reconstituir aproximadamente 50% a 60% do seu rosto, embora ainda queira fazer outras duas cirurgias para recuperar algumas feições.

Das cirurgias realizadas por cirurgiões plásticos em Espanha, 16,5% são para corrigir operações defeituosas, conclui um dos estudos mais recentes da Sociedade Espanhola de Cirurgia Plástica, Reparadora e Estética (SECPRE). O problema deve-se, em grande parte, ao facto de que apenas um de cada três pacientes se informar sobre a qualificação de seu médico.

No último fim de semana, uma paciente morreu, no Rio de Janeiro, depois de uma cirurgia plástica realizada por um médico sem especialização, em uma clínica de estética em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade. Segundo as estimativas da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), para cada médico com formação em cirurgia plástica no país, existe o dobro de não especialistas.

Nos Estados Unidos, um estudo da Feinberg School of Medicine, da Northwestern University, mostrou recentemente que menos de 18% das publicações no Instagram que promovem a cirurgia plástica são de cirurgiões plásticos licenciados pelo American Board of Plastic Surgery. Muitas são de médicos de outras especialidades que não fizeram os cinco ou seis anos de especialização de Cirurgia Plástica ou Cirurgia Maxilo-Facial.