O cordão foi feito em redor dos contentores onde funcionam provisoriamente os serviços e os participantes acenderam então, em simultâneo, as lanternas dos seus telemóveis.
O porta-voz da Associação Pediátrica Oncológica, entidade dinamizadora da iniciativa, sublinhou aos jornalistas que a nova ministra da Saúde, Marta Temido, “conhece o projeto de dentro e de fora e, portanto, é a pessoa indicada para o mandar executar rapidamente”.
Isto porque, assinalou, Marta Temido foi, enquanto representante da Administração Central dos Sistemas de Saúde, subscritora de um memorando assinado em 01 de junho de 2017, “em que considerava a nova Ala Pediátrica do Hospital São João uma coisa urgentíssimo”.
O responsável referiu que a “cada dia que passa” a saúde das crianças internadas é posta em causa.
Um dos participantes no cordão humano era Syder José, 60 anos, que comparou o que se passa com a Ala Pediátrica ao processo de transferência do Infarmed para o Porto.
“É o Infarmed 2”, ironizou.
“Vim cá por solidariedade”, afirmou, por seu lado, Ricardo Vale, de 38 anos, que deslocou ao Porto de propósito, a partir de Famalicão, para esta iniciativa.
Já José Almeida, 70 anos, justificou a sua presença no cordão humano por “solidariedade com quem não tem culpa que haja energúmenos neste país”.
Há dez anos que o hospital tem um projeto para construir uma nova ala pediátrica, mas desde então o serviço tem sido prestado em contentores.
Em junho, o presidente do Centro Hospitalar do São João afirmou que o problema do centro ambulatório pediátrico, que inclui o hospital de dia da pediatria oncológica, ficou resolvido, mas, acrescentou, “continuam a faltar as instalações do internamento pediátrico”.
Posteriormente, em 19 de setembro, o Governo autorizou a administração do Centro Hospitalar Universitário de São João a lançar o concurso para a conceção e construção das novas instalações do Centro Pediátrico.
Já na última quinta-feira, oposição e maioria de esquerda na Assembleia da República trocaram acusações sobre as responsabilidades no atraso do início da construção, entre o atual Governo e os anteriores, nomeadamente o liderado por Passos Coelho (PSD/CDS-PP).
Um dia depois, o parlamento aprovou um projeto de resolução do PCP a recomendar ao executivo socialista "que desbloqueie a construção da nova ala pediátrica do Hospital de São João".
O documento dos comunistas obteve votos favoráveis de todas as bancadas à exceção da do PSD, que votou contra.
Por seu turno, uma resolução dos sociais-democratas para que o Governo adotasse "todos os procedimentos e medidas necessárias para que se proceda à construção, no mais curto espaço de tempo possível”, das novas instalações do centro pediátrico do Centro Hospitalar Universitário de São João foi chumbada com votos contra de PS, BE, PCP e PEV e votos a favor de PSD, CDS-PP e PAN.
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