“Aceita o primeiro-ministro que o ministro das Finanças considere existir uma ‘má gestão’ no SNS, sabendo bem que o ministro da Saúde é o responsável governamental por esse setor?”, questionam os deputados do PSD, numa pergunta hoje entregue no parlamento.

No texto, os sociais-democratas questionam ainda António Costa se considera “à semelhança do que o fez o ministro da Saúde, que existe ‘uma quantidade significativa’ de hospitais do SNS em situação de ‘falência técnica’”.

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Para os sociais-democratas, as palavras dos titulares das pastas das Finanças e da Saúde, Mário Centeno e Adalberto Campos Fernandes, configuram “uma quebra da solidariedade governamental, que deve vincular todos os membros do Governo”.

“As referidas declarações do ministro das Finanças, ou têm a anuência do primeiro-ministro e, então, constituem uma grave desautorização do ministro da Saúde, ou foram proferidas sem o respaldo político do chefe do Governo, caso em que evidenciam uma grave descoordenação e desorientação políticas do executivo e põem em crise o próprio princípio da preeminência do primeiro-ministro”, acusam.

PSD diz que Governo vive intriga interna

Para o PSD, o país tem sido “confrontado com comportamentos de dois membros do Governo que, em vez de exercerem as suas competências governamentais, se dedicam à intriga”.

“Enquanto eles intrigam, proliferam, de Norte a Sul do País, as situações de colapso nos serviços de saúde do SNS, para o que muito tem contribuído a asfixia financeira que o Ministério das Finanças está a impor àquele setor”, acusam.

O presidente do PSD, Rui Rio, anunciou na quarta-feira que o partido irá realizar um debate de urgência na Assembleia da República sobre o estado da saúde.

O PSD refere que, “desde que o atual Governo iniciou funções, a dívida do SNS inverteu a tendência de redução registada na anterior legislatura, agravando-se a mesma de forma muito significativa nos últimos dois anos”.

“O atual Governo revelou-se, assim, absolutamente incapaz de controlar a gestão da dívida do SNS aos seus fornecedores, a qual, só no último ano, tem aumentado a um ritmo superior a 40 milhões de euros por mês”, critica o PSD.