Setúbal, Lisboa, Leiria, Coimbra, Aveiro, Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Castelo Branco, Viseu e Guarda e Santarém são os distritos sob aviso vermelho, segundo as informações disponíveis na página na internet do IPMA. Os distritos que entram em aviso vermelho mais cedo são os de Setúbal, Lisboa, Santarém, Leiria, Coimbra, Aveiro, com o aviso relativo a ventos fortes a vigorar a partir das 21h00 até às 03h00 de domingo, nos restantes distritos o aviso vigora a partir da meia-noite de sábado para domingo.

Setúbal, Lisboa, Leiria e Coimbra estão também sob aviso vermelho por agitação marítima a partir das 22h00 e até às 03h00 de domingo.

É um risco baixo, de apenas 10%, mas existe. Os ventos podem atingir os 180 0u 190 km/h

Recomendações

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) recomenda que entre as 23h00 de sábado e as 04h00 de domingo não saia de casa.

A ANPC aconselha que se evite completamente o trânsito em zonas costeiras. A agitação marítima vai manter-se elevada nas próximas horas.

A Autoridade Marítima desaconselha a pesca recreativa e pediu à comunidade piscatória que se encontra no mar para regressar ao porto de abrigo mais próximo.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda a utilização de calçado confortável para evitar quedas nos dias de vento e chuva. Tenha em atenção ao piso molhado ou escorregadio.

Vigie crianças e idosos.

De acordo com a previsão do modelo do Centro Europeu, o furacão Leslie irá começar a fazer-se sentir no território do continente a partir das 18 horas na região da grande Lisboa, deslocando-se com a velocidade de cerca de 60 km/h para nordeste, perdendo intensidade e passando a categoria de tempestade pós-tropical. No entanto, as áreas entre Sines e Figueira da Foz podem ser afetadas por rajadas de vento de 190 km/h.

"É um risco baixo, de apenas 10%, mas existe. Os ventos podem atingir os 180 0u 190 km/h", alerta Bruno Café do IPMA.

"A passagem do Leslie será marcada por vento forte e precipitação, pelo que é absolutamente necessário que sejam seguidas todas as indicações da Autoridade Nacional de Proteção Civil. O Centro Europeu é uma organização intergovernamental na qual Portugal é representado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera", alerta o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Alerta da Proteção Civil

Ventos fortes, agitação marítima e chuva são os principais receios da Proteção Civil para a passagem do furacão Leslie por Portugal, recomendando-se que a população se afaste das zonas costeiras e proteja pessoas e bens. O furacão Leslie deverá afetar a partir do fim da tarde a costa entre Sines e Leiria, começando pela área metropolitana de Lisboa.

Proteja-se a si e aos seus, proteja os seus bens e património e esteja atento às informações

O comandante Belo Costa, da Autoridade de Proteção Civil, disse aos jornalistas que no período crítico, entre as 23h00 de sábado e as 04h00 de domingo, a recomendação é mesmo não sair de casa e evitar completamente o trânsito em zonas costeiras. Prevê-se para esse período o pico do mau tempo, com ventos médios entre os 70 e os 80 quilómetros por hora e possíveis rajadas de 120 quilómetros por hora. O conselho é mesmo “tentar ao máximo evitar andar na rua”, afirmou Belo Costa, salientando que as zonas costeiras serão as mais afetadas.

"Proteja-se a si e aos seus, proteja os seus bens e património e esteja atento às informações", alerta Belo Costa.

Se não houver alternativa, o conselho é “procurar alternativas seguras” às estradas perto do mar entre Sines, no litoral alentejano, e Leiria, no Centro. Pelo risco de queda de árvores, recomenda-se também que não se esteja em áreas arborizadas nem se deixem carros estacionados debaixo de árvores.

Belo Costa registou que “ainda há tempo” de prender estruturas que possam ser levadas pelo vento, como os equipamentos da época balnear que ainda estão montados nas praias.

O dispositivo coordenado pela Proteção Civil ainda está reforçado, por ainda durar o período crítico de incêndios florestais, e alguns meios estão a ser retirados do interior, onde o furacão não deverá sentir-se tanto. É o caso de dois destacamentos da Força Especial de Bombeiros, colocados em prevenção em Almeirim (distrito de Santarém) e Lourinhã (distrito de Lisboa) , caso seja preciso vir ajudar Lisboa.

O responsável da Proteção Civil alertou ainda que o risco de fogo persiste e que o vento forte que chegará ao fim da tarde o agrava. A população deve ficar ainda atenta aos avisos difundidos pelas autoridades e para o que for sendo noticiado na comunicação social.

A Proteção Civil e o IPMA estenderam, na sexta-feira, o alerta sobre o furacão Leslie a todo o território continental português. Os efeitos da tempestade devem fazer-se sentir até às 12h de domingo.

Segundo o Centro Nacional de Furacões norte-americano (NHC/NOAA), o centro do furacão Leslie vai "aproximar-se da porção sudoeste da Península Ibérica na noite de sábado e deslocar-se para o interior da Península [Ibérica] no domingo". Quando atingir o continente, o Leslie será "um poderoso ciclone extra tropical", esclarece.

NHC
créditos: NHC/NOAA/GOV

O comandante Pedro Araújo, da Proteção Civil, explicou à TSF esta manhã que quando o Leslie chegar a Portugal, haverá outra tempestade sobre o território continental. "Do Norte vem uma superfície frontal fria, que vai originar precipitações e que vai colidir com este furacão que veio do oceano". Este fenómeno gera "preocupação e incerteza", devido à "coincidência de no espaço e no tempo se encontrarem dois fenómenos meteorológicos que podem ter um comportamento extremo", alertou.

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Ondas de até 12 metros de altura

A Autoridade Marítima Nacional alerta para o agravamento do estado do tempo no final do dia, recomendando à comunidade piscatória que se encontra no mar para regressar ao porto de abrigo mais próximo. A pesca recreativa também é desaconselhada.

Em comunicado, as autoridades - Marinha e Autoridade Marítima Nacional - referem que a previsão do estado do mar e do vento prevê um agravamento das condições meteorológicas e oceanográficas na costa oeste de Portugal continental, nomeadamente entre o cabo Espichel (Sesimbra) e o cabo Mondego (Figueira da Foz), entre a meia-noite de sábado e a noite de domingo. Segundo o comunicado, a agitação marítima será caracterizada por ondulação e vaga desordenada, com altura significativa que poderá ultrapassar os seis metros de altura e 12 metros de altura máxima.

"O efeito da agitação marítima forte deverá ser ampliado pela força dos ventos junto ao centro do Leslie, pela diminuição da pressão e pela preia-mar (que ocorre por volta das 18h00 e 6h00 locais) podendo originar galgamentos costeiros. Prevê-se também precipitação por vezes forte entre as 22h00 de sábado e as 10h00 locais de domingo", explica o IPMA.

Vários voos podem também ser cancelados. A ANA Aeroportos recomenda a todos os passageiros que contactem as companhias aéreas por precaução.

Madeira de "trancas à porta"

O furacão Leslie "já passou" pelo arquipélago da Madeira sem causar danos e as condições atmosféricas vão melhorar significativamente no arquipélago, disse à Lusa o diretor do Observatório Meteorológico da região. "O período mais crítico do furacão Leslie já passou", afirmou Victor Prior, adiantando que "agora vai a caminho do território continental".

De acordo com o responsável, na sexta-feira à noite, pelas 21:00, "notou-se uma deslocação do furacão para norte", disse. Sobre os efeitos deste fenómeno, apontou que se registaram rajadas entre os 100 e os 120 quilómetros nas zonas montanhosas, sendo de 94 quilómetros na zona do Aeroporto da Madeira-Cristiano Ronaldo.

O serviço Regional de Proteção Civil (SRPC) da Madeira vai manter todo o dispositivo em vigilância até às 18:00, desmobilizando apenas após o furacão Leslie se “afastar completamente” da região, disse o responsável daquele serviço. “Temos mantido contactos permanentes com o IPMA e podemos afirmar que a fase crítica do fenómeno já ultrapassou a Região Autónoma da Madeira”, declarou José Dias.

José Dias mencionou que se registou uma alteração da trajetória do furacão, o que “facilitou bastante” a situação para a região, admitindo que, desde o início, que as autoridades sabiam que o fenómeno “teria uma trajetória errática”. José Dias admitiu que se registaram algumas quedas de árvores, considerando serem “pequenas ocorrências relacionadas com um dia de inverno”.

Com Lusa

Notícia atualizada às 15h35