“Se não fosse este prémio [BPI Capacitar] não conseguíamos abrir no primeiro trimestre de 2015, porque não tínhamos verba para o equipamento da unidade de fisioterapia. Prevemos que a entrega da obra seja feita na terceira semana de janeiro e precisamos de pelo menos mais um mês para equipar”, disse à Lusa Teresa Fraga, a enfermeira responsável pelo projeto e pelo equipamento situado no concelho de Matosinhos, distrito do Porto.

A associação foi a “grande vencedora” da 5.ª edição do prémio BPI Capacitar, ao arrecadar um quinto do valor total de 500 mil euros entregues a 25 instituições para projetos de inclusão social, depois de uma seleção de 264 candidaturas apresentadas.

Com capacidade para 30 crianças, o “Kastelo” vai acolher 22 a necessitar de cuidados continuados, quatro a precisar de cuidados paliativos (nos casos em que as doenças ou processos crónicos e incuráveis estão em fase terminal) e quatro no centro de dia, adiantou Teresa Fraga.

A responsável esclareceu ainda que foi devido a questões “legais” que as obras começaram em abril, mais tarde do que estava previsto e que apontava a abertura do projeto no verão de 2014.

24 horas por dia para servir também o cuidador

A intenção é que a unidade esteja aberta 24 horas por dia, com uma unidade de dia e outra de internamento, destinado a crianças e jovens dos zero aos 18 anos com o objetivo de servir também “para descanso do cuidador”.

“Tratar de uma criança 24 horas por dia, muitas vezes com outros filhos, é muito difícil”, justificou Teresa Fraga quando foi lançada a primeira pedra do “Kastelo”, em novembro de 2013.

“Esta casa vai contribuir para isso. Os pais podem deixar as crianças durante um período para descansarem, podem deixar e vir buscar ao fim de semana, podem vir ao fim do dia. E estará aberta durante 24 horas por dia, portanto podem vir à hora que quiserem, de acordo com os seus horários de trabalho”, frisou a responsável na cerimónia.

Na altura, o projeto precisava de um milhão de euros para obras de reabilitação da casa e adaptação do jardim doados ao Hospital Maria Pia, que o Centro Hospitalar do Porto cedeu à Associação Nomeiodonada.

A benemérita, Marta Ortigão, deixou o legado “há 35 anos” com o objetivo de apoiar crianças doentes, explicou Teresa Fraga, a enfermeira responsável.