29 de novembro de 2013 - 16h41
Especialistas em medicina e investigação reúnem-se sábado em Lisboa pela primeira vez, no âmbito de um projeto europeu que visa promover a cura do VIH/Sida e da Hepatite e que vai dar a conhecer os projetos de investigação vencedores.
Designado “Partnering for Cure”, o programa vai ser apresentado pela primeira vez em Portugal e consiste numa iniciativa científica que apoia a Investigação & Desenvolvimento (I&D) e que pretende juntar a comunidade médica e científica no desenvolvimento de novas estratégias de cura nas doenças víricas.
Emília Valadas, médica no Hospital de Santa Maria e uma das especialistas envolvidas no programa, explicou à Lusa que o objetivo é apoiar a investigação e o desenvolvimento de novas estratégias para a cura de infeções virais, no caso concreto o VIH, a hepatite C e a hepatite B.
Para tal, os países europeus envolvidos no programa apresentam projetos de investigação, que serão avaliados por um grupo de “especialistas com reconhecimento internacional”.
Em concurso estão entre 40 e 50 projetos, dois dos quais são portugueses, disse à Lusa a especialista, acrescentando que serão escolhidos quatro projetos, que vão receber um apoio monetário até 200 mil euros que permitirá desenvolver a investigação.
“O que estes projetos têm de original, que os diferencia dos outros, é que é das poucas vezes em que é possível pôr pessoas a pensar a mesma coisa de formas diferentes. Ou seja, trata-se de incentivar projetos de investigação que ligam a medicina com a investigação científica e com a investigação básica”, disse.
No encontro de sábado, estão “juntas na mesma sala pessoas de backgrounds diferentes: médicos, investigação científica e investigação básica. É a primeira vez que isto vai acontecer, pôr pessoas a conversar de forma diferente sobre o mesmo tema”.
Entre os assuntos em discussão, vão estar temas como o do “bebé que foi ‘curado’ com retrovirais e os transplantes de medula”, adiantou, esclarecendo que estas são novas estratégias que não são possíveis em larga escala mas que poderão “abrir novas portas”.
Segundo Isabel Aldir, Diretora Médica e Infecciologista do Hospital Egas Moniz e Chair da reunião de apresentação do Partnering For Cure, existem imensos doentes no mundo e é necessária uma cura.
“A resposta está no laboratório e também no campo clínico e existe muito ainda a fazer. Nós precisamos de avançar e trabalhar em conjunto e a iniciativa Partnering for Cure é uma oportunidade fantástica para o fazer”, acrescentou
O Partnering for Cure conta com o apoio de um laboratório e, em Portugal, encontra-se a cargo dos especialistas clínicos e de investigação Ana Espada de Sousa, do Instituto de Medicina Molecular, Rui Tato Marinho, do Hospital Santa Maria, Nuno Taveira, do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, Eugénio Teófilo, do Hospital Santo António dos Capuchos, além de Emília Valadas e Isabel Aldir.

Lusa