Esta quantidade traduz-se num rácio de 508 quilogramas (Kg) de resíduos urbanos gerados por habitante, mais 37 do que em 2017.
A quantidade de resíduos urbanos produzida pelas populações é influenciada pela capacidade económica de consumir e pelos valores e hábitos de vida das diferentes comunidades, observa o INE na 3.ª edição da publicação dedicada aos ODS.
“Promover a diminuição da geração de resíduos urbanos é essencial para reduzir os impactos ambientais intrínsecos à sua produção e às operações de gestão dos mesmos”, lê-se no documento.
De acordo com os dados disponíveis, entre 2017 e 2018, a par do aumento absoluto de resíduos urbanos gerados, o rácio de resíduos urbanos recolhidos por unidade de PIB (em milhares de euros) revelou também um acréscimo (27,6 kg/103 euros de PIB em 2017, face a 28,0 kg/103 euros de PIB em 2018).
“Esta evolução é justificada por uma variação positiva do PIB inferior à variação dos resíduos gerados e contraria o decréscimo do rácio verificado no ano anterior”, advertem os técnicos, acrescentando que esta circunstância se traduz num “ligeiro agravamento quanto à perspetiva de dissociar a produção de resíduos do crescimento económico”.
No início do período em análise (2011), nos 28 estados da União Europeia foram gerados 18,9 kg de resíduos urbanos por cada milhar de euros de PIB, comparativamente a 29,3 kg contabilizados em Portugal.
Em termos evolutivos, a curva da UE28 segue uma tendência decrescente regular, atingindo em 2018 um rácio de 15,7 kg por milhar de euros de PIB.
Por seu lado, Portugal, apresenta “um declive mais acentuado” nos dois anos iniciais da série, mas de 2013 a 2017 a variável em análise estabiliza, com um valor médio de 27,7 kg de resíduos por milhar de euros de PIB.
Em 2018, regista-se um acréscimo, para os 28,0 kg de resíduos urbanos gerados por cada milhar de euros de PIB, uma diferença de 12,2 kg comparativamente ao valor da UE28.
Relativamente aos resíduos perigosos, estima-se que em 2018 tenham sido gerados por habitante, em Portugal, 108,4 Kg, mais 19,3Kg do que em 2017, ano em que o total apurado foi de 89,1 kg/habitante.
“Em comparação com 2010, ano em que se estimou uma produção de resíduos perigosos de 64,4 kg/habitante, o total atingido em 2018 representou um acréscimo de 44,0 kg de resíduos perigosos gerados por habitante”, segundo o documento.
Por categoria, salientam-se como principais resíduos perigosos gerados, no período em análise, os resíduos químicos (média de 16,8%) e veículos em fim de vida (média de 11,1%). Destacam-se também os resíduos minerais do tratamento de resíduos (média de 22,9%), que “constituem em si um fluxo de resíduos secundários, os quais são resultantes, em grande parte, do conglomerado de resíduos perigosos tratados pelo setor de gestão de resíduos”, precisa o Instituto na publicação. Em setembro de 2015, a assembleia geral das Nações Unidas adotou a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, abrangendo 17 objetivos e 169 metas para cobrir preocupações sociais, económicas e ambientais em todo o mundo.
Para Portugal, ao nível de cobertura por objetivo, o INE destaca positivamente os ODS três (Saúde de Qualidade), sete (Energias Renováveis e Acessíveis) e nove (Indústria, Inovação e Infraestruturas), com mais de 80% dos indicadores disponíveis.
“No lugar oposto do espetro situa-se o ODS 13 (Ação Climática), com apenas 12,5% dos indicadores disponíveis para a monitorização do respetivo progresso”, lê-se no relatório que acompanha os dados recolhidos e tratados estatisticamente.
A maioria (68) dos indicadores analisados nesta publicação registou uma evolução positiva, 30 apresentaram uma evolução desfavorável e três não registaram alterações.
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