O Serviço Nacional de Saúde (SNS) “é algo que transcende os governos, é um bem e um valor da sociedade e que a sociedade no seu conjunto é capaz de se mobilizar para a defender”, sublinhou, considerando que “há poucas áreas como a saúde materno infantil onde o SNS tenha dados tantas provas da sua capacidade”.
"O investimento público e a obra pública ganharam má fama. Hoje os quadros comunitários praticamente nos proíbem de realizar obra pública porque tudo deve ser imaterial, mas a verdade é que nada do mundo imaterial que é produzido neste centro materno infantil teria sido possível se não tivesse havido um investimento de 62 milhões de euros em obra pública”, salientou.
O primeiro-ministro disse ainda que é necessário assegurar “este acesso aos cuidados de saúde que hoje temos, de modo universal em todas as regiões do país e esse esforço vamos ter de prosseguir”.
“No programa nacional de reformas, o pilar relativo à coesão social tem duas dimensões: uma direcionada às políticas de combate a pobreza e redução das desigualdades e outra tem a ver precisamente com a saúde, porque a saúde é hoje uma condição essencial para a coesão social”, referiu.
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Afirmou ainda que “só um serviço nacional de saúde pode assegurar que esses cuidados são garantidos a qualquer um independentemente de onde vivam e das condições de vida que possam ter”.
Para o Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que participou também na cerimónia, o Centro Materno Infantil do Norte demonstra “um caminho de resistência e de resiliência da equipa que lidera o Centro Hospitalar do Porto, mas também dos profissionais que aqui trabalham”.
“É um bom serviço ao Porto, à região Norte e é um bom exemplo para o SNS. É um bom exemplo daquilo que nós queremos que seja o SNS”, frisou.
A conclusão da segunda fase do Centro Materno Infantil do Norte permite concentrar as consultas externas no antigo edifício da Maternidade Júlio Dinis, que foi totalmente remodelado, ficando o novo edifício destinado ao internamento da Pediatria, Cuidados Intensivos, Neonatologia e Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Santo António e da Maternidade Júlio Dinis.
Nesta fase ficam também concluídos o parque de estacionamento com 320 lugares e uma creche para os filhos dos funcionários.
Em 2015, o CMIN, que acolhe pacientes da cidade do Porto e de toda a região Norte, realizou 3.202 nascimentos, 5.700 cirurgias e 173 mil consultas, com uma taxa de ocupação na ordem dos 80%.
Inaugurado em maio de 2014, o Centro Materno Infantil do Norte, integrado no CHP, é uma obra orçada em cerca de 60 milhões de euros, tendo obtido incentivos comunitários, em sede de FEDER, de 30,1 milhões de euros.
O projeto contemplou a construção de um novo edifício, a reconstrução do edifício da Maternidade Júlio Dinis e a construção de um parque de estacionamento subterrâneo sobre o qual foi edificado um pequeno edifício que irá albergar uma creche.
O CMIN reúne numa única estrutura hospitalar a prestação dos cuidados de saúde materno infantis que eram anteriormente garantidos pela Maternidade Júlio Dinis, Hospital Especializado de Crianças Maria Pia (entretanto encerrado) e pelo Hospital de Santo António.
Previsto desde 1991, e após um longo processo de avanços e recuos, o Centro Materno Infantil do Norte viu a primeira pedra ser lançada em 2011, pela mão do então secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro (PS).
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