As opções alternativas ao tabaco, apesar de nocivas, começam a ganhar cada vez mais adeptos em detrimento do cigarro tradicional. Segundo o Jornal de Notícias, a receita fiscal da venda de líquidos com nicotina passou dos 682 mil euros, em 2017, para quase 1,4 milhões, em 2018.

"Em 2018 houve tabaco com imposto pago no ano anterior a circular até final de março e pode ter afetado os valores do ano”, diz Afonso Arnaldo, fiscalista da consultora Deloitte, antes de acrescentar que “além disso, o ad valorem, sendo um elemento variável do imposto em função do preço médio de venda, pode ter descido por as pessoas terem mudado para marcas mais baratas, resultando em menor receita fiscal".

"O tabaco de enrolar foi o mais penalizado pelo aumento do imposto e muitos fumadores mudaram, agora, para as cigarrilhas", explicou Helena Batista, a presidente da Federação Portuguesa de Grossistas de Tabaco que salientou ainda o aumento registado na categoria de “produtos alternativos”, como o tabaco de aquecer que já tem uma “quota de 5%”.

São precisamente estes novos tipos de tabaco que têm levantado muitas questões, especialmente desde que foram considerados um risco grave de saúde por 12 sociedades científicas.

António Araújo, que é pneumologista e fundador da Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do pulmão, assinala que já se verifica uma “transferência dos fumadores para cigarros eletrónicos e para o tabaco aquecido, alguns na ilusão de que provocam menos danos, o que é algo que ainda não podemos dizer. Que provocam danos, certamente que provocam".